Mudanças na Reatividade Vascular e na Função do Tecido Adiposo Perivascular Aórtico em Diferentes Estágios da Hipertensão Renovascular

  • Autor
  • Ana Karolyne Gonçalves dos Santos
  • Co-autores
  • Daniela Reis Costa , Luciana Venturini Rossoni
  • Resumo
  • Os vasos sanguíneos, na sua grande maioria, são revestidos pelo tecido adiposo perivascular (PVAT), estrutura capaz de liberar substâncias vasoativas que regulam a reatividade vascular. Fisiologicamente, essas substâncias ativam predominantemente vias de sinalização vasodilatadoras, configurando a propriedade anticontrátil do PVAT. No entanto, em doenças cardiometabólicas como a hipertensão arterial (HA), há uma desregulação no secretoma do PVAT, promovendo uma menor ativação de vias vasodilatadoras e/ou aumentando a ativação das vias vasoconstritoras, que associadas a processos inflamatórios e oxidativos, levam o PVAT a um estado disfuncional. Segundo a sua origem, a HA pode ser classificada como primária ou secundária a um mecanismo de dispare. O modelo de HA dois rins-um clipe (2R1C) é o que melhor se assemelha aos pacientes com hipertensão renovascular, um dos principais exemplos clínicos de HA secundária. A aorta torácica de animais 2R1C, apresenta desde hiporreatividade até hiper-reatividade frente a diferentes agonistas contráteis e em diferentes estágios da HA. Sabendo da variabilidade na reatividade vascular em animais 2R1C, assim como da relevância fisiológica do PVAT e da sua disfunção em diferentes modelos de HA, a nossa hipótese é que na hipertensão renovascular o PVAT aórtico estará disfuncional com perda ou redução do seu efeito anticontrátil fisiológico. Assim, o presente estudo tem como objetivo investigar o papel vasoativo do PVAT da aorta torácica após 2 ou 6 semanas de HA renovascular. Para isso, foram utilizados camundongos machos C57BL/6J (CEUA: 6455090821), divididos em quatro grupos: falsos operados (SO) ou 2 ou 6 semanas após à clipagem da artéria renal (2R1C). A pressão arterial (PA) foi aferida por pletismografia de cauda. Segmentos aórticos com (+) ou sem (-) PVAT foram montados no miógrafo de arame e realizadas curvas concentração-resposta à fenilefrina (FE). Estatística: Teste-t ou ANOVA (duas vias), valores expressos como média ± EPM; p<0,05 *vs. PVAT-, #vs. SO. O grupo 2R1C apresentou aumento progressivo da PA após 2 ou 6 semanas. Nos estudos de reatividade vascular, o PVAT aórtico apresentou efeito anticontrátil à FE nos grupos SO e 2R1C após 2 ou 6 semanas de HA. No grupo 2 semanas após a indução da HA, anéis aórticos PVAT- e PVAT+ dos 2R1C apresentaram aumento da contração máxima (Emax) à FE, sem alterar a potência (pD2), quando comparado aos SO (Emax; PVAT-, SO: 2,10±0,23 vs. 2R1C: 3,21±0,34#; PVAT+, SO: 1,62±0,22* vs. 2R1C: 2,17±0,12*#, n=3-5, mN/mm). Após 6 semanas de HA, apenas na condição PVAT+, a Emax à FE foi significativamente maior em segmentos aórticos do grupo 2R1C vs. ao SO (Emax; PVAT-, SO: 2,52 ± 0,21 vs. 2R1C: 2,82 ± 0,21; PVAT+, SO: 1,46 ± 0,14* vs. 2R1C: 1,99 ± 0,13*#, n=6-9, mN/mm).  Adicionalmente, o peso do PVAT não foi modificado após 2 semanas (SO: 0,75±0,07 vs. 2R1C: 0,72±0,06; mg/mm); mas reduzido após 6 semanas de HA renovascular (SO: 0,68±0,10 vs. 2R1C: 0,42±0,05#, mg/mm). Assim, conclui-se que na HA renovascular a hiper-reatividade vascular em anéis sem PVAT acontece no estágio mais precoce e desaparece após 6 semanas; porém, na presença do PVAT aórtico a mesma se mantém independente do estágio da HA.

  • Palavras-chave
  • Hipertensão Arterial, Tecido Adiposo Perivascular, Reatividade Vascular.
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