Introdução: A metaloproteinase de matriz (MMP-2) é uma protease expressa no tecido cardíaco, em condições fisiológicas desempenhando papéis na diferenciação celular, proliferação, cicatrização e angiogênese. Contudo, o aumento dos níveis e atividade de MMP-2 sozinha (ausência de estímulo patológico) induz hipertrofia e fibrose cardíaca. Além disso, a MMP-2 é capaz de ativar vias pró-oxidativas induzindo estresse oxidativo, que induz efeitos cronotrópicos e inotrópicos negativos no coração. Levando em consideração, que até o presente momento, ainda não se sabe se as alterações oxidativas cardíacas induzidas pela MMP-2 são persistentes. Nossa hipótese é que as alterações oxidativas induzidas pela MMP-2 num período persistem a longo prazo. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar se a administração sistêmica de MMP-2 por um longo período induz alterações oxidativas persistentes no coração. Métodos: Para isso animais C57BL/6 machos adultos, foram divididos em 2 grupos de tratamento: controle e MMP-2. Os animais MMP-2 receberam rhMMP-2 (150 ng/g de animal i.p) e controle (salina i.p) por um período de quatro semanas, seguido de quatro semanas sem administração de salina e rhMMP-2. Ao final de 8 semanas os animais foram pesados e em seguida eutanasiados para coleta do coração para a análise do sistema redox, pela medida dos níveis de glutationa (GSH), total, reduzida e oxidada, catalase (CAT), peroxidação lipídica e nitrito. Os resultados foram expressos pela média ± erro padrão da média (E.P.M) e analisados com o programa GraphPad Prism ® 6.0. Software (GraphPad Software, San Diego, CA, EUA) considerando p<0,05 estatisticamente significativo. Resultados: A razão peso coração/peso corporal não apresentou diferenças significativas (controle: 4,7 ± 0,9 vs MMP-2: 4,8 ± 0,6, p>0,05). No entanto, os animais que receberam MMP-2 apresentaram aumento de GSH total (39 ±4,8 vs 22 ± 3,6), GSH reduzida (14 ± 1,5 vs 7,6 ± 1) GSH oxidada (14 ± 1 vs ,6 ± 1) e CAT (9 ± 1 vs 5 ± 1). Também apresentaram elevação dos níveis de nitrito (4,4 ± 0,6 vs 2,3 ± 0,3) e peroxidação lipídica (1,7±0,2 vs 1, ± 0,1) no coração, quando comparados ao grupo controle. Conclusão: Concluímos que a secreção sistêmica de MMP-2 promove alterações persistente no estado redox do coração, promovendo estresse oxidativo.
Comissão Organizadora
Gustavo Carvalho
Luiza Malacco
Eliana Hiromi Akamine
Profª Drª Luciana Venturini Rossoni
Ana Paula Couto Davel
José Wilson do Nascimento Corrêa
GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
Alice Valença Araújo
Comissão Científica