Tratamento de camundongos com Ceftriaxona e Meropenem na sepse severa diminui a bacteremia, reduz parcialmente a troponina I plasmática, mas não restabelece a condução elétrica cardíaca

  • Autor
  • Pricila Rodrigues Gonçalves
  • Co-autores
  • Wictoria Farias Dias , Stefanne de Cássia Pereira Silva , Manoel Benedito Sousa Cantão , Raquel Fernanda Gerlach , Keuri Eleutério Rodrigues , Alejandro Ferraz do Prado
  • Resumo
  • Introdução: O choque séptico é uma síndrome inflamatória sistêmica secundária a um processo infeccioso, no qual a disfunção cardíaca aumenta de 70-90% a mortalidade de pacientes. Um dos parâmetros bioquímicos utilizados para avaliar a disfunção ventricular esquerda é a dosagem de troponina I, que está frequentemente aumentada em pacientes com sepse severa e choque séptico. Além disso, o eletrocardiograma pode ser uma ferramenta útil para avaliar o restabelecimento da condução elétrica cardíaca normal após tratamento com antibiótico terapia. Em infecções generalizadas oriundas do trato gastrointestinal são utilizados a associação de antibióticos Ceftriaxona e Meropenem (Cef + Mer) como terapia de resgate. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos destes antibióticos na disfunção cardíaca na sepse. Logo, a hipótese deste estudo é que no modelo de choque séptico induzido por ligação e perfuração cecal (CLP), a diminuição de septicemia com o tratamento Cef + Mer seja insuficiente para a melhora de lesão de cardiomiócitos e condução elétrica cardíaca. Portanto, o objetivo deste estudo será avaliar a septicemia, níveis de troponina I e condução elétrica cardíaca em camundongos CLP tratados com Cef + Mer. Métodos: A sepse foi induzida em camundongos c57BL6 (CEUA: 7139270122), onde o ceco foi perfurado duas vezes (1 de entrada e 1 de saída) com agulha 18G, enquanto os animais sham sofreram cirurgia fictícia. Os animais CLP foram tratados com Cef (99 mg/Kg) + Mer (196,6 mg/Kg) logo após finalizada a cirurgia. Os três grupos experimentais: Sham, CLP e CLP Cef + Mer, contendo 8 animais cada, foram avaliados quanto a sobrevida por 72h no primeiro protocolo. No segundo protocolo, foi realizado eletrocardiograma nos animais após 16h, seguido de eutanásia para coleta de sangue e coração. O sangue foi utilizado para contagem de bactérias e expressão de troponina I por western blotting. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando teste ANOVA uma via, pós teste de tukey, considerando p<0.05 e os resultados foram expressos em média ± erro padrão, utilizando Graphpad Prism 8.0. Resultados: A avaliação da sobrevida demonstrou que 50% dos animais com sepse morriam com 16h e 100% em 24h. O tratamento com Cef + Mer aumentou em 100% a sobrevida dos animais CLP nas primeiras 18h e foi capaz de reduzir a contagem de bactérias no sangue (1,8 x 102 vs CLP 1,2 x 104 UFC/mL). Apesar da redução da bacteremia, a associação Cef + Mer reduziu parcialmente os níveis de troponina I (7547 ± 997 U vs CLP: 18671 + 1307 U vs Sham: 1786 ± 597 U). No eletrocardiograma, o tratamento com Cef + Mer melhorou parcialmente a frequência cardíaca (275 ± 7 vs CLP: 201 ± 8 vs Sham: 404 ± 9) e intervalo QTc (40 ± 2 vs CLP: 49 ± 1vs Sham: 41 ± 1). No entanto, não melhorou o intervalo PR (33 ± 2 vs CLP: 35 ± 2 Sham: 25 ± 1) e QRS (14 ± 1 vs CLP: 16 ± 0.3 vs Sham: 9 ± 0.5). Conclusão: A pesar do tratamento padrão demonstrar melhorar significativamente a sobrevida, melhorou parcialmente parâmetros de disfunção ventricular esquerda, o que reforça a necessidade de terapias adjuvantes para melhorar a função cardíaca e diminuir a mortalidade.

  • Palavras-chave
  • disfunção cardíaca, sepse, atibióticos, troponina 1
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