“Primeiro de tudo, você tem uma preferência?”: um estudo sobre a (co)construção de uma identidade de grupo entre quatro amigos a partir de uma perspectiva socioconstrucionista de narrativas (não canônicas)

“Primeiro de tudo, você tem uma preferência?”: um estudo sobre a (co)construção de uma identidade de grupo entre quatro amigos a partir de uma perspectiva socioconstrucionista de narrativas (não canônicas)

• Autor
• Thelma Christina Ribeiro Côrtes
• Resumo

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  Este trabalho tem por objetivo mostrar como, na emersão de uma narrativa não canônica, durante uma conversa informal entre quatro amigos, através de nosso(s) discurso(s), realizamos nossa(s) (co)construção(ões) identitária(s) por meio de avaliações, demonstrando nosso alinhamento como um grupo (de professores), com o qual ocorrem os sentimentos de identificação e pertencimento, ou os sentimentos de não-identificação/rejeição e não-pertencimento – os quais são expressos quando falamos sobre nossa preferência por lecionar português e/ou sobre nossos medos e dúvidas em relação ao ensino da língua inglesa. Para tal, recorro às definições canônicas de Labov (1972) sobre narrativa – apenas com a finalidade de entender por que a narrativa que emerge durante a interação não se encaixa na classificação laboviana –, contrastando-as com as perspectivas contemporâneas de Riessman (1993; 2008), Mishler (1999) e  Bastos (2005) – com as quais me alinho – e com os conceitos de “nós” e “outros” e de “ingroupness” X “outgroupness”, de Duszak (2002). Analiso três excertos transcritos, segundo as convenções de transcrição da Análise da Conversação (SACKS, SCHEGLOFF, JEFFERSON, 1974; ATKINSON & HERITAGE, 1984; SCHIFFRIN, 1987; TANNEN, 1989), de uma conversa informal (como já mencionado) gravada no primeiro semestre de 2019 que tive com três amigos que são estudantes do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da PUC-Rio (tanto de mestrado quanto de doutorado), a fim de me ajudarem a começar a pensar nos caminhos para minha tese, no pilotis da mesma universidade. Após realizada a análise dos dados, é possível dizer que os participantes da conversa gravada realizaram avaliações predominantemente negativas em relação ao ensino da língua inglesa, o que pode levar à conclusão de que os participantes, de fato, realizaram a (co)construção de sua(s) identidade(s) através das avaliações que fizeram de suas percepções acerca deste ensino, ao demonstrarem um posicionamento de alinhamento em relação aos medos, inseguranças e vivências não positivas ao lecionar inglês expressos por uma das participantes e corroborados pelos demais, o que resultou no estabelecimento de uma identidade de grupo (“ingroupness”; “nós”).

• Palavras-chave
• (co)construção identitária; identidade de grupo; narrativa
• Área Temática
• Estudos Linguísticos

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