O papel da Oficina de Alfabetização (UEFS-UATI) e do letramento para o idoso em tempos atípicos

O papel da Oficina de Alfabetização (UEFS-UATI) e do letramento para o idoso em tempos atípicos

• Autor
• Júlia Terena de Souza Lima Dias
• Co-autores
• Francine Cerqueira dos Santos , Lílian Miranda Bastos Pacheco
• Resumo

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  Com o crescimento demográfico, marcado pela queda da natalidade e ampliação da longevidade, faz-se necessário pensar, articular e promover condições para que o segmento populacional da terceira idade tenha seus direitos sociais garantidos. Um exemplo dessa condição é a promoção e execução de políticas públicas que pensem a seguridade social da pessoa idosa, assim como o Estatuto do Idoso (2003) prevê, promovendo e incentivando a criação de espaços que garantam cada vez mais autonomia, direito e qualidade de vida. Dentro dessa configuração a promoção de atividades pedagógicas também são essenciais, pois segundo Souza Filho et al. (2014) a linguagem - envolvida em tais atividades - se apresenta como um recurso através do qual podemos nos relacionar conosco e com o mundo. Os mesmos, afirmam que a linguagem, o conto, a narrativa tornam-se mecanismos capazes de criar novos significados para as subjetividades, trazendo novos sentidos para o “envelhecer-se”. Partindo disso, este texto objetiva apresentar e discutir sobre a importância do desenvolvimento da Oficina de Alfabetização - um projeto extensionista, vinculado a Universidade Estadual de Feira de Santana e associado com a Universidade Aberta à Terceira Idade  - a qual volta-se para a promoção de letramento, através do uso de redes sociais e de recursos tecnológicos que possibilitem em período pandêmico o envolvimento dos idosos no mundo da leitura e da escrita. Visa-se capacitá-los para o contexto social/ cultural, frisando sempre suas individualidades, potencialidades dentro do processo de aprendizagem. Logo, a Oficina de Alfabetização visa promover certo bem-estar psíquico, físico e emocional, ao elencar este idoso enquanto protagonista central em seu processo de letramento, mobilizando-o em período pandêmico. A Oficina de Alfabetização - viabilizada pelo uso de uma rede social específica: WhatsApp - vai constituindo-se como espaço onde as vivências dos idosos tornam-se o ponto de partida, bem como elemento central, tendo em vista, que é por meio da memória e da fala que o passado surge, ainda que determinados sujeitos não tenham o domínio da escrita e leitura. O conto faz parte deste processo mostrando-se essencial ao estar voltado para aspectos culturais, frisando a importância da oralidade e da narrativa na socialização de fatos vividos. Segundo Santos (2013) o conto é um mecanismo mais efetivo de transmissão cultural e interpessoal. Portanto, a ação pedagógica com os idosos se desenvolve de modo qualitativo, com o intuito de pensar o protagonismo do idoso e envolvê-lo em práticas de letramento, onde suas vivências e experiências tornam-se vias não só para uma formação que vá além da alfabetização, como também, trata-se de uma maneira de desconstruir discursos preconceituosos e estereotipados sobre o idoso. Portanto, este projeto tende a almejar resultados pedagógicos que levem o letramento como pauta e com ele a desconstrução de estereotipias erroneamente vinculadas à fase. Por fim, almeja-se também que as idosas inscritas saiam da oficina não só convivendo bem com a leitura e a escrita, mas consigo mesmas, na medida em que a oficina pretende mostrar-lhes que aprendizado não é algo restrito a juventude, e que suas vivências e experiências são importantes, sobretudo para pensar o conto e a narrativa enquanto metodologias que possibilitem trazer suas subjetividades para o centro do processo de aprendizagem. 

• Palavras-chave
• letramento; idoso; pandemia; alfabetização
• Área Temática
• Estudos Linguísticos

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