Em Arecaceae, desperta a atenção a palmeira Barcella odora (Trail) Drude, endêmica da Bacia do Rio Negro com distribuição restrita aos estados do Amazonas e Roraima. A espécie vive em campinas amazônicas de vegetação aberta de alta incidência luminosa, com solo arenoso, hidromórfico e oligotrófico e alto endemismo. Esse ambiente está sujeito ao fogo, natural ou antropogênico. Devido essas condições específicas do ambiente, exige adaptações morfofuncionais específicas. O objetivo do estudo foi comparar a densidade estomática da espécie em uma campina do PARNA Viruá, entre indivíduos de duas áreas com condições microclimáticas diferentes, uma aberta, baixa e afetada pelo fogo e outra na borda da floresta, alta e não afetada pelo fogo. Foi analisada a epiderme foliar em vista frontal, mensurando as pínulas das regiões do ápice, meio e base da pina. De cada região foi obtida a densidade estomática com n = 90 campos microscópicos no aumento de 400x e depois a área do campo observado foi extrapolada para 1 mm². A espécie tem folhas pilosas em ambas as faces, com tricomas detectados por cicatrizes de bases de pelos. É anfihipoestomática, os estômatos são tetracíticos, com as células-guarda cercadas por duas células subsidiárias polares e duas equatoriais. A densidade estomática média na folha foi de 205 estômatos/mm² na área afetada pelo fogo (X=205,62 ± 38,37; min=97; max=282) e 189 estômatos/mm² na área não afetada pelo fogo (X=189,31 ± 38,41; min=111; max=273), sendo que a maior concentração está nas pínulas medianas, seguido da base e ápice, nos dois ambientes. Os maiores valores da densidade estomática estão associados à área mais aberta, com incidência de luz direta nas folhas, que sofreu passagem de fogo e, por ser mais baixa, o solo fica encharcado na época da enchente. Apesar de não ter sido realizado teste de hipóteses para verificar o nível de significância da diferença, o aumento da densidade estomática na área afetada pelo fogo, sugere que a espécie responde às adaptações exigidas para sobreviver as condições ambientais extremas. É fácil perceber, in loco, que a população da espécie é maior na área aberta onde houve regeneração após a passagem do fogo.
O tema da XIV Semana Acadêmica do ICB foi “BioAMAZÔNIA: Ciência, Educação, Saúde e Sustentabilidade na Amazônia ”
O evento ocorreu entre 04 e 07 de dezembro de 2023.
A ideia do evento foi a de criar um espaço voltado para promover o networking, dar visibilidade para as ações do ICB, estimular novas parcerias, iniciativas de pesquisa, inovação e negócios. O evento contou com a presença de destacados pesquisadores, professores, estudantes, gestores públicos, profissionais de diversas áreas e empresários que, ao longo da programação, encontraram espaço para o compartilhamento de experiências e conhecimentos.
Nestes anais, confiram os trabalhos apresentados em nosso evento.
Boa leitura!
Comissão Organizadora da Bioamazônia 2023. - XIV Semana Acadêmica do ICB
Comissão Organizadora
Coordenação Geral
Profa. Dra. Maria Olívia de Albuquerque Ribeiro Simão - DB-ICB-UFAM
Comitê de Comunicação e Marketing
Profa. Dra. Andrea Viviana Waichman - DB-ICB-UFAM
Profa. Dra. Maria Gracimar Pacheco de Araújo - DB-ICB-UFAM
Adryan Dylan Martins Golvim - Ciências Biológicas/CABIO - UFAM
Valdenice Vilagelin de Sousa - Mestranda - Pós graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade da Amazônia
Comitê de Inscrição e Certificados
Prof. Dr. José Wilson do Nascimento Corrêa - DCF-ICB-UFAM
Profa. Dra. Isabelle Bezerra Cordeiro - DCF-ICB-UFAM
Eliza Raquel Duarte da Silva - Biotecnologia - UFAM
Beatriz Madeira dos Santos - Biotecnologia - UFAM
Comissão Científica
Profa. Dra. Aldeniza Lima Cardoso
Profa. Dra. Andrea Viviana Waichman- DB-ICB-UFAM
Profa. Dra. Irlane Maia de Oliveira- DB-ICB-UFAM
Profa. Dra. Isabelle Bezerra Cordeiro - DCF-ICB-UFAM
Prof. Dr. José Wilson do Nascimento Corrêa - DCF-ICB-UFAM
Profa. Dra. Juliana de Souza Araújo- DB-ICB-UFAM
Profa. Dra. Maria Olivia de Albuquerque Ribeiro Simão- DB-ICB-UFAM
Prof. Dr. Saulo Cézar Seiffert Santos- DB-ICB-UFAM
bioamazonia2023@gmail.com