ASPECTOS CLÍNICOS, ULTRASSONOGRÁFICOS E PATOLÓGICOS DA TROMBOFLEBITE IATROGÊNICA EM UMA ÉGUA

ASPECTOS CLÍNICOS, ULTRASSONOGRÁFICOS E PATOLÓGICOS DA TROMBOFLEBITE IATROGÊNICA EM UMA ÉGUA

• Autor
• Analiel Serruya
• Co-autores
• Thyele Chaves da Silva , Camila Cordeiro Barbosa , Paulo Sérgio Chagas da Costa , Ruama Paixão de Lima Silva , Karla Kamyske do Rosário Brito , Renata Levy Amanajás , José Diomedes Barbosa
• Resumo

• A tromboflebite é definida como trombose venosa secundária à inflamação da parede do vaso. Em geral, tem origem iatrogênica por injeções intravenosas, injeções perivasculares acidentais, cateterização prolongada ou inadequada, trauma do endotélio vascular ou infecção bacteriana. A enfermidade acomete mais comumente a veia jugular de equinos. A paciente do presente relato era da raça Quarto de Milha, de sete anos de idade, originária de Capitão Poço, Pará, Brasil. Segundo o histórico, o animal apresentou sinais clínicos sugestivos de laminite, o que levou o proprietário a administrar 10 ml de flunixin meglumine, por via intravenosa (IV) durante três dias, porém, sem melhora clínica. Diante disso, foi solicitada uma consulta on-line com um Médico Veterinário, na qual foram prescritos durante oito dias 4,4 mg/kg de fenilbutazona, 0,2 mg/kg de dexametasona, 1mg/kg de flunixin meglumine, 70 ml de cálcio, quatro litros de soro glicosado e antitóxico por via IV, penicilina (20.000 UI/kg) por via intramuscular e meloxicam (0,6 mg/kg) em dose única; todos os medicamentos foram administrados pelo tratador do animal. Após cinco dias, a égua apresentou dificuldade respiratória e urina avermelhada. A paciente foi encaminhada ao Hospital Veterinário Universitário (HV) da Universidade Federal do Pará e ao exame clínico adotava postura em estação com a cabeça baixa, apatia, edema na região da cabeça, língua e pescoço; a língua estava levemente cianótica e com perda do epitélio. As veias maxilares, linguofaciais e jugulares externas estavam aumentadas de volume, em forma de cordão, de consistência firme à palpação, da cabeça até a entrada do tórax. O ultrassom revelou trombo de aspecto hiperecóico e heterogêneo que ocluía totalmente o lúmen do vaso, com presença de áreas anecóicas e parede vascular espessada. A paciente veio a óbito após cinco dias e à necropsia observou-se veias preenchidas por trombos vermelhos escuros a enegrecidos e firmes à palpação; áreas avermelhadas e ulceradas no terço final do esôfago e na região aglandular do estômago; áreas mais claras na superfície renal e porções escuras na superfície de corte justaglomerular. Baseado nos achados clínicos, ultrassonográficos e de necropsia, diagnosticou-se tromboflebite iatrogênica, associada a repetidas injeções dos medicamentos.

• Palavras-chave
• Equino, flebite, trombos, ultrassonografia.
• Área Temática
• Clínica Médica de Animais Domésticos

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