INVISIBILIDADES E BARREIRAS: TRAJETÓRIAS EDUCACIONAIS DE MENINAS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

INVISIBILIDADES E BARREIRAS: TRAJETÓRIAS EDUCACIONAIS DE MENINAS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

• Autor
• Maria Vitoria Alexandre da Silva
• Co-autores
• Samily Islane da Silva , Elizete Santos Balbino
• Resumo

• A partir de discussões e leituras realizadas no Grupo de Pesquisa Educação e Inclusão (UNEAL/CNPq), percebemos o quanto a deficiência ainda é um tema invisibilizado, o que demonstra a necessidade de maior atenção como constructo científico e a necessidade de serem criadas condições de aproximação das escolas com os estudantes com deficiência. Existe uma carência de investimentos em pesquisas que abordem a trajetória das meninas estudantes com deficiência da educação básica, principalmente, narradas por elas próprias, como objeto central de investigação. Tal afirmação baseia-se na ausência de literatura sobre essa temática, considerando que os estudos existentes estão voltados para a inclusão das mulheres estudantes no ensino superior. Há uma invisibilidade e um não reconhecimento que precisam ser pesquisados e colocados como prioridade pelos pesquisadores dessa área, para trazer ao centro do debate as concepções sobre deficiência e as práticas capacitistas que impedem a construção de uma educação inclusiva. A partir desses pressupostos, a presente pesquisa teve como objetivo analisar, através das concepções sobre deficiência, os efeitos das invisibilidades e das barreiras provocadas pelo capacitismo que influenciam nas trajetórias educacionais das meninas estudantes com deficiência das escolas de educação básica da cidade de Arapiraca (AL). Para tanto, foram formuladas as seguintes perguntas: De que maneira as meninas estudantes com deficiência narram suas trajetórias educacionais nas escolas públicas da educação básica da cidade de Arapiraca (AL)? Como os estudos sobre deficiência podem contribuir para a compreensão dos efeitos das invisibilidades e das barreiras provocadas pelo capacitismo na vida das meninas estudantes com deficiência no ambiente escolar? Este projeto pautou-se numa abordagem qualitativa e, como técnica de captação de dados teve o uso da história de vida, por meio de entrevistas. As participantes foram de doze meninas com deficiência oriundas de seis escolas públicas, sendo três municipais e três estaduais da cidade de Arapiraca (AL). A organização das histórias de vida realizou-se com base na análise de conteúdo de Bardin. As discussões sustentaram-se a partir da contribuição de Diniz (2007); Gesser (2019); Bisol, Pegorini e Valentini (2017); Valle e Connor (2014), dentre outros. Por meio do estudo realizado foi possível perceber que a intersecção da deficiência com o gênero não apresenta grande influência na trajetória educacional das meninas que narram suas histórias, grande parte das estudantes ouvidas não relatam episódios de preconceito ou capacitismo dentro do cenário educacional, pelo contrário, citam experiências nas quais vivenciam a infância e a juventude bem como qualquer menina estudante sem deficiência, descrevem interesses, medos e sonhos de maneira detalhada, estes apoiados tanto pelo ambiente interno da escola, quanto o externo, composto por familiares e amigos. Concluímos, que a escola é retratada como um ambiente inclusivo, detentor de aprendizagem, de diversão, de interações sociais ricas e de acolhimento para questões que ultrapassam o fator deficiência. 

• Palavras-chave
• Discentes, Escolarização, Percurso Formativo
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus I - Ensino, Pesquisa e Extensão