Epidemiologia, fatores de risco e desempenho de métodos de diagnóstico na infecção por parasitoses intestinais

Epidemiologia, fatores de risco e desempenho de métodos de diagnóstico na infecção por parasitoses intestinais

• Autor
• Luzia Kelly da Silva Nunes
• Co-autores
• Ednelma Dias Santos , Francisco Lucas Silva de Lima , Nanderson Rafael da Silva Vieira , Letícia Pereira Bezerra , Rosália Elen Santos Ramos , Israel Gomes de Amorim Santos , Loane Márzia Lopes Costa
• Resumo

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  INTRODUÇÃO: As doenças parasitárias são consideradas um grande problema de saúde pública no mundo, sendo conhecidas por sua capacidade de causar danos cognitivos e provocar desordens físicas, principalmente em crianças em idade escolar. OBJETIVO: Analisar a situação epidemiológica, os fatores de risco e o desempenho de métodos de diagnóstico frente à infecção por parasitos intestinais, no município de Feira Grande, agreste de Alagoas. MÉTODOS: Entre janeiro e fevereiro de 2023, foram coletadas amostras fecais de 345 indivíduos. As amostras foram conservadas usando formalina a 10%, e posteriormente processadas para o diagnóstico de infecções parasitárias intestinais, utilizando os seguintes métodos: 1) sedimentação espontânea, 2) sedimentação por centrifugação e 3) centrífugo-flutuação em sulfato de zinco. De cada método, uma lâmina foi preparada e analisada em microscópio óptico. Além disso, aplicamos um questionário semi-estruturado para o levantamento de fatores socioeconômicos e socioambientais associados à infecção por enteroparasitos. Resultados: A prevalência para as parasitoses na população estudada foi de 54,9% (N=189). Desse total, 65,6% (N=124) estavam monoparasitados e 34,4% (N=65) estavam poliparasitados, além de 83,6% (N=158) estarem positivos para protozoários, 6,3% (N=12) estarem positivos para helmintos e 10,1% (N=19) estarem positivos para ambos. Os protozoários mais prevalentes foram para Giardia lamblia (33,4%; N = 115) e Entamoeba histolytica e E. coli, ambos com 16,6% (N = 57), e para helmintos, foi o Ancylostoma spp. (8,1%; N = 28). Considerando o sexo dos participantes, os prozoários foram os parasitos mais prevalentes tanto no sexo feminino (55,4%; N = 92) quanto no masculino (47,5%; N = 85). Para faixa etária, as infecções por protozoários foram mais frequentes entre 37 e 52 anos (56,6%; N = 47), assim como as infecções por helmintos, que também foram mais comuns nessa faixa etária (10,8%; N = 9). A detecção de protozoários foi mais eficaz utilizando o método de sedimentação espontânea, que identificou 106 pacientes positivos, com G. lamblia sendo o parasito mais frequente (64,2%; N = 68). O método de sedimentação por centrifugação foi o segundo mais eficiente na identificação de protozoários, detectando  pacientes 102 positivos, e novamente G. lamblia foi o mais prevalente (62,7%; N = 64). Em terceiro lugar,  o método de centrífugo-flutuação em sulfato de zinco obteve resultado considerável em relação aos protozoários, 64 positivos, sendo, G. lamblia o mais frequente (67,2%; N = 43). No que se refere aos helmintos, o método de sedimentação espontânea mostrou-se mais eficiente que o método de sedimentação por centrifugação, detectando 24 positivos, dos quais 22 apresentaram infecção por Ancylostoma spp. Conclusão: Demonstramos que mais da metade da população estudada estava infectada por protozoários, sinalizando um alerta para a saúde pública do município. Além disso, o método de sedimentação espontânea mostrou-se mais eficiente na detecção de parasitos. Assim, ressaltamos que a escolha de métodos diagnósticos, é crucial para o diagnóstico eficaz e o controle das doenças parasitárias. Portanto, nossos resultados podem contribuir para a elaboração de políticas públicas eficazes no combate às parasitoses, especialmente no município estudado. 

• Palavras-chave
• Geo-helmintíases. Saúde Pública. Epidemiologia.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus II - Ensino, Pesquisa e Extensão