EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: O POVO JIRIPANKÓ E SUA IDENTIDADE ÉTNICA NA EDUCAÇÃO.

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: O POVO JIRIPANKÓ E SUA IDENTIDADE ÉTNICA NA EDUCAÇÃO.

• Autor
• Layza Emanuelle de Lima Souza
• Resumo

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  “A educação escolar indígena em Alagoas ela não existe, o que existe na questão de educação escolar indígena em Alagoas são tentativas dos nossos povos de tentar implementar um currículo diferenciado dentro do sistema que não nos aceita” Partindo do relato do Professor Cicero Pereira Jiripankó, podemos ter uma noção de como a educação escolar indígena do sertão alagoano se move perante as estruturas do estado. A “Educação Escolar Indígena”, construída na perspectiva dos povos originários, ganha corpo no processo de redemocratização política, mas foi a partir da Constituição Federal de 1988 e da Convenção de no 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1989, que houve um direcionamento jurídico, provocando mudanças significativas sobre o tema, no Brasil. Com base neste enquadramento e contextualização que se desenvolveu esta pesquisa e que teve como objetivo analisar processos e práticas pedagógicas desenvolvidos na Escola Estadual Indígena José Carapina, aldeia Jiripancó, Alto Sertão de Alagoas. Para isso, a metodologia utilizada consistiu em trabalho de campo, através da visitação à escola indígena e o contato com sua direção, professores e alunos(as) para realização de entrevista abertas com seus principais atores, além de observação participante das atividades desenvolvidas pela escola, cujo objetivo foi possibilitar uma aproximação com o cotidiano da escola. Em paralelo, digitalizou-se a documentação produzida pela escola, tais como: registros de atividades realizadas, fotografias, cartazes, avaliações, projeto político pedagógico, dentre outros, observando também o estudo bibliográfico sobre a educação indígena. Por fim, o material reunido em trabalho de campo foi organizado e sistematizado. Como resultados preliminares da pesquisa, pode-se destacar uma simbiose entre educação escolar indígena e a educação indígena. As crianças Jiripancó são formadas nas celebrações ritualísticas e esse conhecimento tradicional é complementado pela educação escolar, Gilberto Ferreira relata sobre “a história indígena se traduz principalmente pela oralidade, mantendo-se viva com os mais velhos” (FERREIRA;2013), podendo-se utilizar destas memorias como saberes didáticos vivenciados. Por isso que como resultado final obteve a criação do Documentário: Jiripankó - Escola do Nosso Eu, para que seja um material que primeiramente, perpetue a essência da comunidade e que seja de fácil acesso para escolas indígenas e não indígenas, parafraseando Ferreira (2013),  “Estudar a questão indígena significa também uma forma de educar para os brancos, na medida em que nos permite olhar a questão como humanos, nos abre possibilidades para um aprendizado no sentido de conviver com as diferenças e assim tê-los por igual.”. Há uma necessidade do estudo da memória indígena para que possamos ampliar conhecimentos a respeito da identidade e originalidade das raízes alagoanas.

   

   

• Palavras-chave
• Processos educacionais; Educação diferenciada; Etnografia educacional; Educação Alagoana.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus I - Ensino, Pesquisa e Extensão