Este trabalho visa compreender as representações sociais existentes em produções animadas analisando como se dá a aparição de temas como sexualidade/gênero, produções identitárias, representações do feminino, possibilidades do uso de animações nos processos de ensino-aprendizagem, entre outras questões. Compreendendo que as animações são representações do cotidiano e da história por meio da arte (CAMPOS; WOLF; VIEIRA, 2014) e que “[...]os desenhos animados são mais do que um entretenimento televisivo, posto que carregam discursos educativos, seja pelos personagens ou por suas aventuras” (PEREIRA, 2012, p. 33), torna-se promissor analisar como algumas temáticas sociais, históricas e contemporâneos são representadas na animação japonesa, voltada para o público infantojuvenil, denominada “Magi”. A animação retrata as aventuras do jovem "magi" Aladdin, também chamado de “mago da criação”, que reencarna no "Velho Mundo" com propósito de escolher um novo rei que unificaria novamente os povos/nações, dando fim a conflitos e guerras. Em sua jornada, Aladdin escolhe como candidato a rei o bondoso príncipe de Balbadd, Alibabá, e, juntos a Morgiana, ex-escrava por eles libertada, lutam para defender a Terra de forças malígnas. Mobilizando conceitos dos filósofos Michel Foucault e Achille Mbembe buscamos compreender: a) as práticas discursivas, os biopoderes e as relações entre poder/saber (FOUCAULT, 1976; 2008a; 2008b); b) a representação da soberania, de estado de exceção e as necropolíticas (MBEMBE, 2018). Inspirando-se ludicamente na mística história de um personagem bíblico, rei Salomão, a escolha deve-se aos traços representacionais da sociedade, demarcados por questões escravistas, culturais e religiosas, que tem aparição na animação. A partir dessas questões é possível estabelecer relações com contextos históricos, bem como o consequente preconceito religioso/cultural existentes no Brasil. A análise também dá subsídios para reflexões a respeito da organização política nacional contemporânea, sobretudo a partir da existência de aspectos neoliberais e da exclusão social.
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