Concebida sob a égide do progresso, Belo Horizonte foi inaugurada em 1897 para se tornar a nova capital de Minas Gerais. Seu traçado urbano correspondia à uma espacialidade moderna, planejada e racionalizada; que materializou o desejo republicano de rompimento com o contexto político precedente. A República chegara ao país em 1889, trazendo consigo a promessa de profundas transformações políticas, econômicas e sociais, traduzidas nos avanços científicos, tecnológicos e no desenvolvimento industrial. Na jovem capital, a política de concessão de terras e benefícios rapidamente atraiu inúmeras indústrias, o que garantiria, segundo a gestão da época, o crescimento econômico da cidade. Uma delas foi a Cervejaria Rhenânia, fundada pelo italiano Carlo Fornaciari quando da inauguração de Belo Horizonte. Desativado em meados dos anos 1970, o edifício da Cervejaria Antártica – sua última denominação – foi integrado nos anos 1990 a uma série de políticas da Prefeitura de Belo Horizonte para a renovação urbana da região; que culminaram, anos depois, no Programa Centro Vivo. Nesse contexto, surgiu em 2003 o Shopping Popular Oiapoque, cujo projeto promoveu a restauração do antigo prédio da cervejaria no intuito de abrigar os camelôs do centro da cidade. Através da análise da legislação supracitada, e considerando os conceitos e definições pertinentes ao patrimônio industrial, pretendeu-se discutir a relação entre as políticas urbanas e a preservação dessa tipologia patrimonial em Belo Horizonte. Após a análise, concluiu-se que ações como o Programa Centro Vivo – composto por estratégias interdisciplinares e integradas para a valorização do hipercentro da capital – permitem tanto uma maior integração dos vestígios industriais em contextos urbanos.
Comissão Organizadora
Centro de Estudos Interdisciplinares - CEEINTER
Seminário
Comissão Científica