Mulheres negras são sub-representadas no aparato político-decisório no Brasil, equivalem a cerca de ¼ da população brasileira mas denotam baixo número nos espaços de decisão. São a base da pirâmide social e se retratam enquanto setor mais subalternizado socialmente pela raça, gênero (GONZALEZ, 1981) e também por categorias que constituem-nas como sexualidade e classe, e que compõem a articulação interseccional da identidade (COLLINS, 2019; CRENSHAW, 2004). Logo se apresentam como grupo que mais carece de direcionamento de políticas públicas, dispondo de altas taxas de desemprego, violência e com baixo acesso à educação segundo dados do Atlas da Violência (IPEA) e do Retrato das Desigualdades. Mulheres negras, a partir de seu locus social, dispõem de experiências únicas que moldam suas perspectivas e visões de mundo, incorporando a elas, olhar aguçado às desigualdades e descontinuidades sociais. A partir do conceito de perspectivas de Iris Marion Young (2000) proponho pensar sobre a necessidade urgente desse grupo ingressar e permanecer no âmbito institucional, para que este expresse um campo a tomada de decisão eficaz, diversificada e factualmente representativa. O presente busca dar luz de questões como: Por que mulheres negras são sub-representadas; como mulheres negras que ocuparam a política tem trabalhado e como a sub-representação de mulheres negras se constitui como uma interface do racismo estrutural (ALMEIDA, 2019).
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