Graficos são produzidos com o objetivo de apresentar informações de forma macrossistêmica. No caso dos dados que fazem referência à violência praticada contra a mulher, a visão de um todo genérico substitui nomes por números, em um movimento eufêmico às constantes agressões individualmente desferidas contra corpos e almas. Ainda que a informação, para o Estado, seja um meio importante para a elaboração de políticas públicas preventivas, a subnotificação denota a desinformação quanto às formas de apoio e, o mais grave, sobre em que é e como se constitui a violência contra a mulher. Os relatos apresentados por vítimas de relacionamentos abusivos trazem à tona escalonamento que tem início com abusos psicoemocionais e avançam, entremeio a uma autoestima que é destruída, rumo à agressão física, quando não à morte. Entender no que consiste a violênca psicoemocional é um trabalho preventivo e de autoconhecimento, é compreender-se como ser humano dotado de direito à dignidade não apenas física, mas emocional, sabendo, assim, identificar quando ocorre a sua violação. Para tanto, a Literatura é meio humanizador e capaz de proporcioar, de forma conjugada, a ordenação de mente e sentimentos, razão pela qual se propõe com o presente trabalho uma leitura do conto “Noturno”, de Alciene Ribeiro, diante das políticas públicas que combatem a violência contra a mulher. Sugere-se a realização da atividade como norte metodológico a trabalhos a serem realizados em sala de aula ou em grupos de combate a violência (presenciais ou on-line), de modo que formem-se mulheres consicentes de sua humanidade e direito irrestrito à felicidade. Em tempos de pandemia, onde os gráficos apresentam números cada vez mais avassaladores, discutir a violência contra a mulher é dar voz a cada um dos números que compõe as estatisticas.
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