O presente estudo tem por objetivo compreender os processos de escolarização nos municípios de Caxias do Sul e Flores da Cunha no período de 1875 a 1930. O recorte temporal de 1875 corresponde a chegada das primeiras famílias de imigrantes italianos, até 1930 com a criação da Escola Complementar, responsável pela formação e qualificação dos professores da região, marcando a expansão da Educação pública em Caxias do Sul. Este estudo sustenta-se na perspectiva da História Cultural valendo-se de teóricos como Roger Chartier. Como metodologia, a análise dedicou-se a revisão teórica de estudos sobre o tema, identificando aspectos de como e com que meios e que contribuições culturais o processo de escolarização desenvolvidos nos municípios produziram em relação aos contextos em que estão inseridos. Nosso foco dedicou-se ao percurso da escola pública, entendendo que nesta região de colonização a escola étnica e paroquial desempenhou importante contribuição, como sinalizam estudos de Terciane Luchese, por exemplo. Além disso, em Caxias do Sul, as primeiras escolas foram criadas pelas próprias famílias dos imigrantes. A criação do Colégio Elementar “José Bonifácio” em 1912, foi responsável pelo um novo modelo de escola primária, mudanças no currículo escolar e turmas seriadas. No início do século XX a educação formal em Caxias do Sul, estava basicamente a cargo das instituições confessionais católicas. Nova Trento (atualmente Flores da Cunha), 2º distrito de Caxias do Sul, antes mesmo de sua emancipação em 1924, a educação já era marcada com a chegada dos Capuchinhos e Irmãs São José, criando instituições religiosas nos anos 1890 e 1900. Com a emancipação de Nova Trento, em 1924, instituiu-se em Flores da Cunha o Grupo Escolar Eduardo Marques. Em síntese, os processos de escolarização desses municípios tiveram como base estruturante o tripé escola, família e religiosidade, como legado contribuíram na base estruturante do sistema escolar.
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