O presente trabalho trata-se de um relato de experiência realizado durante as aulas de educação física em uma escola da rede estadual de ensino da cidade de Juiz de Fora. Levado pela crença na possibilidade de construção de atividades em que as “diferenças” existem, mas não podem ser utilizadas como fatores de exclusão, surgiu a ideia de propor dinâmicas nas quais toda a comunicação entre professor/alunos e aluno/aluno fosse realizada sem o recurso auditivo. Foram vivenciados diferentes sinais relacionados a LIBRAS. Quando os alunos não tinham conhecimento de um sinal que expressasse o que queriam dizer tinham o recurso da mímica para se comunicar com seus pares e com o professor. A ideia dessa prática surgiu a partir de minha interação com a LIBRAS através de cursos realizados e também devido ao contato com pessoas surdas. As aulas foram bem recebidas pelos alunos que em alguns casos levaram para sua vida cotidiana sinais aprendidos e compreenderam um pouco sobre essa forma de comunicação. Como exemplo dessa aprendizagem, temos o caso de um aluno que estava em um restaurante. Nesse lugar chegou um surdo que demonstrava estar nervoso. As pessoas em torno não sabiam como se portar, pois não entendiam o que esse senhor estava querendo dizer. Esse aluno chegou até ele e fez alguns gestos em libras. Quando ele realizou o gesto que significa “banheiro” o senhor gesticulou com a cabeça fazendo um sinal de sim. Ele foi ao banheiro e saiu tranquilamente do estabelecimento. Tal fato mostra a importância do conhecimento mesmo que de forma básica de uma linguagem que é usada por inúmeras pessoas no Brasil. Também mostra a importância da escola trabalhar para que as “diferenças” entre as pessoas não sejam fatores de exclusão.
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