Este trabalho se debruça sobre a intersecção entre as políticas afirmativas e a trajetória da autora da melhor tese de doutorado do Brasil na área de História no ano de 2019: uma mulher negra. A personagem central, que ingressou no serviço público federal frente à reserva de vagas para candidatos/as negros/as, articula em sua experiência de vida a diversos episódios que indicam a emergência de ações afirmativas na desconstrução das estratificações pautadas pelo demarcador racial. Os espaços sociais de prestígio e reafirmação do status dominante costumam forjar regras do jogo em que o poder simbólico do capital racial é determinante, sendo inusual e inesperado o êxito educacional de corpos negros como os da entrevistada, a quem Bourdieu poderia chamar de outsider e, Lahire, de trânsfuga. Porém, compreendendo que tais casos não podem continuar sendo exceções no contingente da população negra brasileira, neste trabalho problematiza-se a relevância e a importância das ações afirmativas na construção de um redimensionamento social.
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