POTENCIAL DE ARGILA ANIÔNICA NA MITIGAÇÃO DA TOXICIDADE DO Cr(VI) EM EFLUENTES.

POTENCIAL DE ARGILA ANIÔNICA NA MITIGAÇÃO DA TOXICIDADE DO Cr(VI) EM EFLUENTES.

• Autor
• Mariana Cabral do Nascimento Santos
• Co-autores
• Josilene Pereira Silva , Paulo Henrique Almeida da Hora
• Resumo

• O presente projeto teve como objetivo principal avaliar a viabilidade da aplicação de Hidróxidos Duplos Lamelares (HDLs) na remoção de cromo hexavalente (Cr(VI)) em efluentes. O cromo é um elemento químico amplamente presente na natureza, embora não ocorra em sua forma elementar, sendo encontrado apenas combinado a outros elementos na forma de compostos (Daufenbach, 2021). Em concentrações adequadas, exerce papel essencial no metabolismo humano, contribuindo para o processamento de carboidratos, lipídios e proteínas. Todavia, sua deficiência pode acarretar distúrbios metabólicos, como intolerância à glicose, o que aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares. Contudo, a exposição a concentrações elevadas de cromo, particularmente na sua forma Cr(VI), representa um risco toxicológico significativo, dada a sua alta toxicidade e carcinogenicidade, o que demanda um monitoramento rigoroso (Schuler, 2024). Diante disso, os HDLs surgem como materiais promissores para a adsorção de metais pesados, destacando-se por sua estrutura cristalina lamelar, composta por camadas de cátions metálicos intercaladas com ânions e moléculas de água. Esses compostos pertencem a uma classe de materiais com estrutura semelhante à do mineral hidrotalcita, de fórmula [Mg?Al?(OH)??]CO?·4H?O, também denominados argilas aniônicas (Tomaso et al., 2024). Sua aplicação na remoção de íons metálicos é justificada por características como elevada área superficial, alta capacidade de troca aniônica, facilidade de modificação estrutural e baixo custo de síntese, fatores que favorecem a seletividade e a eficiência na adsorção. Para tanto, os HDLs do tipo Mg-Al foram sintetizados por meio do método de coprecipitação, sob pH controlado. Especificamente, uma solução contendo 0,0996 mol de MgCl?·6H?O e 0,0332 mol de AlCl?·6H?O foi lentamente adicionada a outra contendo 2 mol de NaOH e 0,249 mol de Na?CO?, sob agitação constante a 80?°C. Após a formação do precipitado, o material foi submetido a tratamento hidrotérmico por 24 horas, seguido de filtração a vácuo, lavagem com água destilada até pH neutro, secagem em estufa e posterior armazenamento em dessecador. A caracterização do material sintetizado foi realizada por Difração de Raios X, com análise dos dados por meio do software HighScore Plus®, e por Microscopia Eletrônica de Varredura, cujos resultados confirmaram a formação de cristais bem definidos e de estrutura lamelar. Em seguida, os ensaios de adsorção foram conduzidos em batelada, utilizando solução de dicromato de potássio como fonte de Cr(VI), com avaliação da cinética por tempos de contato entre 1 e 60 minutos, e análise do equilíbrio com concentrações variando de 1 a 100 mg·L?¹. A quantificação do Cr(VI) foi realizada por espectrofotometria UV-Vis a 550 nm, com medições em quadruplicata. Os resultados obtidos indicaram eficiência superior a 90% na remoção do Cr(VI) nos primeiros minutos de contato, revelando alta afinidade entre os HDLs e os íons de cromo. Assim, conclui-se que os HDLs sintetizados representam uma alternativa eficaz, acessível e ambientalmente viável para a mitigação da toxicidade do Cr(VI), atendendo aos requisitos da legislação ambiental brasileira e contribuindo para o desenvolvimento de soluções sustentáveis no tratamento de efluentes industriais contaminados.

• Palavras-chave
• Adsorvente sintético, Resíduo tóxico, Química ambiental.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus III