Da teoria a práxis social: uma breve análise sobre as entrevistas semiestruturadas do PIBIC

Da teoria a práxis social: uma breve análise sobre as entrevistas semiestruturadas do PIBIC

• Autor
• Dinairam de Holanda Souza Junior
• Co-autores
• Adriel Felipe Alves Lopes , Vicente José Barreto Guimarães
• Resumo

• O objetivo deste é relatar uma experiência durante uma fase do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL), e se justifica como uma tentativa de contribuição com a produção de novas pesquisas no estado. Diante disso, convém destacar que a experiência se trata de uma pesquisa semiestruturada, que se configura pela elaboração de um roteiro no qual é traçado um diálogo com o entrevistado objetivando coletar os dados necessários para a pesquisa. Nessa perspectiva, durante uma entrevista relatou-se sobre as dificuldades do comércio no centro da cidade. O motivo ressaltado é que a renda das pessoas estria diminuindo, pois estas já não compravam como antes e a falta de emprego, aliada ao empreendedorismo forçado, estaria como alternativa ao problema. Com relação a dificuldade do comércio, de acordo como o Instituto de Economia da Unicamp (2022), os dados mostram uma progressão constante no aumento do salário mínimo do brasileiro durante os governos de FHC, Lula e Dilma seguidos por uma projeção de queda nos governos de Temer e Bolsonaro. Essa oscilação do salário mínimo reflete na diminuição do poder de compra e na desvalorização da moeda interna, causando consequências ao trabalhador. Além disso, a falta de emprego no sistema capitalista é um efeito diretamente ligado à mais-valia, pois o que acontece não é a falta de tarefas, mas a exploração extrema do trabalhador para que a parcela do lucro, enquanto salário, não seja dividida em muitas porções. Já em relação ao empreendedorismo, este é um elemento fundamental da sociedade do capital e o Estado de maneira intencional, enquanto elemento orgânico das relações capitalistas, fornece cursos e escolas profissionalizantes, alavancando a formação desumana e pragmática para os filhos da classe trabalhadora. Nesse sentido, os trabalhadores são coagidos a incorporarem uma concepção de que eles são os únicos responsáveis por seu sucesso, são donos do seu próprio tempo e do seu próprio dinheiro. Portanto, a busca excessiva pelo alcance de metas inalcançáveis induz a falsa sensação de meritocracia, fazendo com que seja dedicado ainda mais tempo às suas atividades. Contudo, isso furta o tempo de vida do trabalhador, o torna objetificado como um instrumento utilitário e lhe imprime o sentimento de inutilidade. Nesse processo, o sujeito torna-se estranho a si próprio, pois já não reconhece o seu valor humano. Ao mesmo tempo, a dicotomia entre a ideologia proposta e a realidade objetiva, mostra um trabalhador triste e suprimido, com traços de um pessimismo shopenhaueriano mesmo que estes nunca tenham o lido. Para Lukács, essas condições que emergem das relações capitalistas são marcadas pelo individualismo, a competitividade e o irracionalismo, pois estes trabalhadores são compulsoriamente demandados pelo trabalho que não lhes permite enxergar seus iguais ou um novo horizonte porque todos são concorrentes e porque não há tempo para pensar distante. Por isso, urge a necessidade do enfrentamento, cabendo à academia articular e mobilizar os conhecimentos necessários à tomada de consciência e a superação dos problemas estruturais da sociedade atual.

• Palavras-chave
• Ontologia. Mais-valia. Reificação. Emancipação.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus I