Educação Patrimonial e Decolonialidade: uma experiência do PIBID no Ensino de Geografia em União dos Palmares-AL

Educação Patrimonial e Decolonialidade: uma experiência do PIBID no Ensino de Geografia em União dos Palmares-AL

• Autor
• Jailson Luiz dos Santos
• Co-autores
• Ewelly Maria da Silva , Emanuel Carlos Ferreira de SENA
• Resumo

•  A intervenção foi realizada com bolsistas do PIBID do Campus Universitário Zumbi Dos Palmares da Universidade Estadual de Alagoas com alunos da rede pública municipal na Escola Jairo Correia Viana localizada em União dos Palmares, Alagoas. Essa experiência teve o objetivo de integrar o conteúdo curricular: Formação Territorial do Brasil a uma educação Patrimonial crítica debatendo os impactos e os marcos históricos oriundos da colonização. A experiência é uma junção do assunto em sala: Formação Econômica e Territorial do Brasil, com o tema do projeto: Os sujeitos trilham suas memórias: A educação Patrimonial como ferramenta de ensino na Região Serrana dos Quilombos dos Palmares em Alagoas. Essa atividade se divide em  dois momentos: primeiramente o supervisor deu o assunto referente a chegada dos europeus e o início da colonização.  Em seguida, fizemos uma análise dos impactos do período colonial e relacionamos esses impactos com o racismo estrutural e questões referentes à desigualdade social moderna. Além disso, para que os alunos pudessem se identificar com o patrimônio de sua cidade abordamos como a chegada dos portugueses interferiu na paisagem em escala mais nacional, como a escravidão, as senzalas e a arquitetura até em uma escala mais regional como a formação dos quilombos e a influência desse período na arquitetura de alguns prédios mais antigos. Além disso, refletimos com os alunos as heranças culturais da colonização como por exemplo:a língua e a religião. A aplicação dessa atividade se torna importante pois inicia um processo de identificação necessária para que o aluno passe a se sentir parte do ambiente em que vive.  Além disso, mostra como a Educação Patrimonial pode ser uma ferramenta no ensino de Geografia pois permite não somente a possibilidade de se trabalhar importantes conceitos como a transformação da paisagem,  questões referentes ao território e lugar. Como destaca Gonçalves (2005, p. 112), 'a valorização do patrimônio local na educação básica opera como um espelho social, onde os estudantes veem refletidas não apenas as marcas do passado, mas as possibilidades de transformação do seu próprio território'. Nessa abordagem, é possível posicionar o aluno como agente ativo e consciente do processo de formação de sua cultura e território. Nesse sentido, conforme apontado por Ruiz (2021, p. 35) o aluno passa a ser sujeito ativo na construção das suas identidades territoriais e promove uma leitura crítica do espaço geográfico. Essa atividade possibilitou não somente aos alunos uma maneira nova de se enxergar a cidade em que vivemos. Os bolsistas também puderam ampliar seus horizontes e se integrarem a essa perspectiva de Geografia que é pouco abordada no ensino básico. Portanto, a atividade proposta atingiu seu propósito de forma significativa e abre margens para uma nova aplicação e melhorias na metodologia já que não houve a aplicação de questionários. Porém, ainda sim, mesmo em âmbito teórico, essa experiência carrega uma reflexão importante sobre a cidade de União dos Palmares, a geografia e o patrimônio satisfazendo os propósitos iniciais da atividade que não tinha pretensão nenhuma de ser um trabalho acadêmico.

• Palavras-chave
• Colonização, Formação docente, Identidade, Quilombo dos Palmares, Patrimônio
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus V