Educação Patrimonial e Práticas Pedagógicas: experiências das aulas-passeio do/no PIBID em União dos Palmares, Al

Educação Patrimonial e Práticas Pedagógicas: experiências das aulas-passeio do/no PIBID em União dos Palmares, Al

• Autor
• Gustavo Henrique Valencio
• Co-autores
• Herik Roseno Ferreira da Silva , Danilo Antônio Monteiro , Jose Lidemberg de Sousa Lopes
• Resumo

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  Este trabalho visa analisar a contribuição do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) para a aplicação de práticas de Educação Patrimonial na Escola Municipal Pedro Cândido da Silva, situada no assentamento Cavaco, em União dos Palmares, Alagoas. A pesquisa ressalta a importância do município, que possui um vasto patrimônio histórico e cultural, com destaque para a herança material e imaterial do Quilombo dos Palmares. O PIBID, fomentado pelo MEC e gerido pela CAPES, integra licenciandos ao ambiente escolar público, unindo teoria e prática na formação docente. A educação patrimonial surge como uma ferramenta essencial para formar jovens críticos e conscientes de sua história e de seu lugar, fortalecendo a compreensão da memória coletiva, apesar da negligência do poder público e da limitada mobilização social em relação ao tema. Dessa forma, a metodologia adotada consistiu em observação, registro e exploração durante aulas-passeio. Essa abordagem, conforme sugere Lopes (2008), permite que os alunos construam suas próprias geografias e narrativas a partir da interação direta com o espaço. A observação foi realizada em duas aulas-passeio: a primeira ao Restaurante A Porteira e a segunda ao Território Quilombola do Muquém, com a participação de bolsistas do PIBID, do professor supervisor e dos alunos da escola. O objetivo era contemplar paisagens, explorar objetos antigos e conhecer memórias quilombolas. As atividades foram registradas por meio de relatórios, questionários e desenhos dos trajetos casa-escola. A exploração foi conduzida com explicações do supervisor, dos pibidianos, de guias e em rodas de conversa com moradores. Compreendida como um processo contínuo, a educação patrimonial funciona como um "instrumento de alfabetização cultural" (Horta; Grunberg; Monteiro, 1999), capacitando o indivíduo para uma leitura crítica do mundo e do patrimônio para além de monumentos. As aulas-passeio combatem o "analfabetismo espacial", reconectando os jovens às suas heranças culturais. Os resultados evidenciam o potencial dessa prática. A visita ao Restaurante A Porteira, em 11 de março de 2025, com alunos do 6º e 7º anos, permitiu a observação de paisagens rurais e a exploração de objetos no Museu da Liberdade. Conceitos como espaço geográfico, lugar e território foram trabalhados de forma prática. Em 16 de abril de 2025, a visita à Comunidade Quilombola do Muquém ampliou a compreensão sobre territórios quilombolas, patrimônio e resistência. A atividade incluiu discussões na Ponte da Liberdade, contextualizações históricas e o contato com a agricultura familiar e com artesãs locais, como Dona Irinéia, exemplificando o patrimônio material e imaterial. A jornada revelou a resistência como uma afirmação cultural diária. Por fim, conclui-se que as aulas-passeio desafiam a visão tradicionalista do patrimônio, valorizando o local e o comunitário de forma democrática e inclusiva. A abordagem é inerentemente interdisciplinar, com a geografia dialogando com outras áreas para uma compreensão complexa do patrimônio cultural. Essas experiências formam estudantes mais atentos ao seu entorno, que valorizam suas raízes e constroem uma relação mais viva com a escola e seu território.

   

• Palavras-chave
• Educação Patrimonial, aula-passeio, Geografia escolar, PIBID.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus V