REPRODUÇÃO E FLORAÇÃO ANUAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM ÁREA PRESERVADA DE CAATINGA

REPRODUÇÃO E FLORAÇÃO ANUAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM ÁREA PRESERVADA DE CAATINGA

• Autor
• David Alves da Silva
• Co-autores
• Denis Alves da Silva , Camila Chagas Correia , Maria do Carmo Carneiro
• Resumo

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  O presente estudo foi desenvolvido na Serra da Camonga, situada em uma área de Caatinga preservada, com o objetivo de compreender a dinâmica reprodutiva de espécies arbóreas, bem como identificar a origem polínica do mel produzido na região. A pesquisa foi realizada entre agosto de 2024 e julho de 2025, abrangendo análises fenológicas e melissopalinológicas associadas à vegetação local. De todos os produtos da apicultura, o mel é o mais conhecido e comercializado no Brasil, sendo uma atividade de impacto positivo na conservação ambiental e na geração de renda para comunidades rurais. A análise morfológica das espécies vegetais foi realizada no Laboratório de Pesquisa em Biodiversidade e Interações da Caatinga (GPBIC/UNEAL), utilizando literatura especializada para identificação das estruturas vegetativas e reprodutivas. Foram identificadas 19 espécies arbóreas nativas do bioma Caatinga, muitas delas raras nas regiões vizinhas, com destaque para a família Fabaceae e, em especial, Caesalpinia pyramidalis (catingueira), essencial para a manutenção das colmeias devido à sua floração contínua mesmo em condições adversas. A coleta de amostras de mel visou a realização de análises palinológicas, permitindo a identificação do espectro polínico e das espécies vegetais mais visitadas pelas abelhas. Os resultados demonstraram a forte dependência da apifauna da vegetação herbácea, que possui alta densidade, capacidade reprodutiva e ampla distribuição. A preservação dessa vegetação torna-se fundamental, especialmente considerando a irregularidade pluviométrica da região, que impacta diretamente a produção de néctar e pólen e, consequentemente, a produtividade apícola. As análises fenológicas, realizadas mensalmente com base nas metodologias de (Frankie et al.,1974) e Fournier (1975), possibilitaram o acompanhamento das fases vegetativas — brotação, floração, frutificação, dispersão de sementes e dormência foliar. Observou-se maior ocorrência de floração, brotação e frutificação nos meses de setembro e outubro, janeiro e fevereiro, nos de mais meses o que sugere um período crítico de suporte alimentar para as colônias de abelhas. Com base nesses dados, foi elaborado um calendário apícola para orientar o manejo adequado das colmeias. Além disso, o estudo evidenciou o papel ecológico dessas espécies na manutenção do solo, no abrigo para aves e insetos, e na redução do efeito estufa. A perda de vegetação nativa em áreas vizinhas devido à conversão para pastagem e monoculturas reforça a necessidade de medidas urgentes de conservação e restauração ecológica. A Serra da Camonga, por sua biodiversidade e potencial educacional e científico, destaca-se como uma área estratégica para ações sustentáveis. Conclui-se que a integração entre apicultura, fenologia e conservação da vegetação nativa oferece subsídios para o desenvolvimento sustentável no semiárido, fortalecendo a biodiversidade, a produtividade apícola e o conhecimento científico sobre o bioma Caatinga.

• Palavras-chave
• Banco polínico. Mel. Preservação.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus II