VOZES E RESISTÊNCIAS: A LITERATURA DE CONCEIÇÃO EVARISTO À LUZ DO MATERIALISMO LACANIANO

VOZES E RESISTÊNCIAS: A LITERATURA DE CONCEIÇÃO EVARISTO À LUZ DO MATERIALISMO LACANIANO

• Autor
• Maria Betânia da Rocha de Oliveir
• Co-autores
• Antônio Gabriel de Souza dos SANTOS , Meldlayne Guedes da Silva SANTOS
• Resumo

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  O presente trabalho apresenta os resultados do projeto de Iniciação Científica vinculado ao Programa PIBIC/FAPEAL, desenvolvido no Campus IV da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), com o objetivo central de analisar as camadas temáticas e estilísticas da obra Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2022), de Conceição Evaristo, a partir dos fundamentos do Materialismo Lacaniano de Slavoj Žižek. O projeto partiu da hipótese de que a linguagem literária utilizada por Evaristo atua como instrumento de resistência, reposicionando as vozes silenciadas das mulheres negras em um espaço de protagonismo e reconstrução subjetiva. Dentre os objetivos específicos, destacam-se: investigar como a autora representa a experiência da mulher negra; analisar as estratégias narrativas empregadas para dar visibilidade à opressão de gênero e raça; e articular, teoricamente, os conceitos de Real, Simbólico e Imaginário de Žižek às formas de resistência inscritas nos contos. A fundamentação teórica ampara-se nos estudos de Žižek (2014), Bell Hooks (2019), Lélia Gonzalez (2020), dentre outros autores que discutem subjetividade, identidade e interseccionalidade de gênero e raça. A metodologia adotada foi qualitativa, com abordagem analítico-interpretativa e foco em estudos interdisciplinares, envolvendo leitura crítica, organização de fichamentos e apresentações em seminários quinzenais. O corpus foi composto por contos selecionados da obra em questão, cujos elementos simbólicos e estéticos foram analisados à luz das teorias propostas. Como resultado, verificamos que a literatura de Evaristo promove um deslocamento discursivo que rompe com os arquétipos históricos de subalternidade da mulher negra, oferecendo formas alternativas de subjetivação e resistência. A aplicação do referencial teórico de Žižek permitiu compreender como a construção identitária das personagens se articula às estruturas sociais e linguísticas que operam o silenciamento das vozes marginalizadas. O projeto integrou ações de extensão por meio do Projeto “Letras no Campus IV – Insubmissas Lágrimas de Mulheres: Vozes e Resistências – Literatura e Outras Artes”, promovendo oficinas, seminários e cursos com a comunidade acadêmica e externa. Essas atividades ampliaram o impacto social da pesquisa, consolidando a universidade como espaço de reflexão crítica e formação cidadã. Destaca-se, ainda, o excelente desempenho da estudante bolsista, cuja atuação foi marcada por comprometimento, rigor teórico e liderança nas ações do projeto, sobretudo na análise textual, organização de materiais e condução dos seminários. Os estudantes voluntários também se destacaram pela colaboração ativa nas etapas metodológicas, produção de conteúdos e participação nas atividades extensionistas, contribuindo significativamente para a qualidade dos resultados obtidos. Como desdobramentos, estão em curso a elaboração de artigos científicos e a proposta de continuidade da pesquisa com novos recortes teóricos e literários. Os resultados reafirmam o papel da literatura como espaço de resistência e de reconstrução de subjetividades negras, além de contribuir com o fortalecimento de práticas acadêmicas voltadas à equidade e à justiça social.

   

• Palavras-chave
• Literatura negra. Žižek. Conceição Evaristo. Resistência. Subjetividade feminina.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus IV