Um ensino de História e da Cultura dos povos Indígenas para além da sala de Aula.

Um ensino de História e da Cultura dos povos Indígenas para além da sala de Aula.

• Autor
• José Monteiro da Silva Júnior
• Co-autores
• Maria Clara Lopes de Almeida , Maria Luiza Monteiro Bittencourt Paiva , Daniel Brandão Nunes de Albuquerque , José Vinicius Rocha Melo , Maria Caroline Lúcio Santos
• Resumo

• A História e a Cultura dos Povos Indígenas passaram a ser

  reconhecidas pelo currículo escolar depois de anos de reivindicações para o fim do silenciamento a que foram submetidos, durante e após o projeto colonial europeu que marcou o nascimento do Estado brasileiro. Nesse sentido, destaca- se a importância de empreender esforços voltados à problematização de aspectos relacionados ao currículo escolar, ultrapassando a visão eurocêntrica. Assim, este trabalho defende a viabilidade de um diálogo entre o currículo escolar e o contexto histórico-cultural estudado, potencializando o aprendizado e conferindo visibilidade a saberes anteriormente marginalizados. Nesse contexto, no Ensino da História e da Cultura dos Povos Indígenas — em consonância com a Lei n.º 11.645/2008 — destaca-se a relevância de incluir a participação de sábios e lideranças desses povos, possibilitando que compartilhem suas memórias históricas, narrativas de resistência, enfrentamentos e visões de futuro (Kayapó, 2021). Partindo do Estado da Arte e delimitando o escopo à região de Alagoas, foi possível identificar produções já realizadas e lacunas a serem exploradas (Rocha, Nascimento; Nascimento, 2018). Nesse recorte, destacam-se duas dissertações que investigam o ensino da história e da cultura dos povos indígenas no estado. A primeira, de Adriana Cirqueira Freire (2020), que mapeou todas as etnias indígenas alagoanas, ampliando o conhecimento sobre os povos locais. A segunda, de Rêmia Vasconcellos Cavalcanti (2023), analisou o tratamento das religiosidades indígenas e suas expressões na contemporaneidade, revelando um desconhecimento profundo da cultura e da história indígenas, especialmente no que tange aos aspectos religiosos. Em âmbito nacional, por meio da consulta à Base de Teses e Dissertações (BDTD), identificamos oito títulos bibliográficos alinhados à nossa temática, o que possibilitou a formulação de três categorias temáticas de análise, as quais não serão abordadas neste trabalho em razão das limitações de espaço: a) Saberes tradicionais, b) Formação de professores e c) Currículo escolar. Para concluir, é preciso demonstrar a efetivação da prática pedagógica defendida por este trabalho, revelando os encontros e desencontros vivenciados pelos autores — supervisor e pibidianos/as do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID): Diálogos entre a Universidade e a Escola de Educação Básica como Lugares da Formação Docente. O Ensino de História desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria de Nazaré tem buscado, sempre que possível, estabelecer um diálogo com a realidade local. Assim, ao trabalhar o capítulo 7 (“Povos Indígenas da América”) do livro didático Sociedade, História e Cidadania, de Alfredo Boulos destinado ao sexto ano e ao articular essa discussão com as etnias indígenas de Alagoas, com ênfase na comunidade Tingui-Botó, próxima à escola, viabilizou-se um contato direto entre indígenas e estudantes. Esse encontro possibilitou um diálogo que contribuiu para a superação de alguns estereótipos existentes sobre os Povos Indígenas. Tal abordagem metodológica tenta colaborar para o surgimento de um movimento pedagógico simbiótico, que entrelace a sala de aula e o mundo estudado, rompendo, no caso do Ensino da História e da Cultura dos Povos Indígenas, com as “imagens negativas forjadas por diferentes meios de estereótipos existentes sobre os Povos Indígenas.

• Palavras-chave
• Decolonialidade, Pedagogia, Educação Étnico-racial, Saberes Tradicionais e Tingui-Botó
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus I