INFLUÊNCIA DA FLORIVORIA NAS INTERAÇÕES COM VISITANTES FLORAIS EM Chamaecrista repens var. multijuga

INFLUÊNCIA DA FLORIVORIA NAS INTERAÇÕES COM VISITANTES FLORAIS EM Chamaecrista repens var. multijuga

• Autor
• André Carlos Costa
• Co-autores
• Fabiano Gomes da Silva , Charlane Moura da Silva , Natan Messias de Almeida
• Resumo

• O estudo das relações planta-animal em flores é essencial para uma compreensão mais precisa do papel ecológico desempenhado por indivíduos componentes desses processos. No caso da ação de florívoros, essa interação pode afetar fatores importantes, como a reprodução e o desenvolvimento dos organismos (Matos et al. 2022; Silva et al. 2022), causando danos diretos ao obstruir as estruturas reprodutivas, o que pode impedir a polinização, ou indiretos, ao provocar deformidades que descaracterizam o padrão floral reconhecido pelas abelhas, reduzindo a frequência das visitas (McCall e Irwim, 2006; Vega?Polanco et al. 2020). Nesse contexto, a pesquisa teve como objetivo avaliar como a florivoria em estruturas florais (pétalas e anteras) influencia a frequência de visitação em Chamaecrista hispidula. O estudo foi conduzido nos meses de fevereiro e março de 2025, em uma área de vegetação antropizada situada no município de Taquarana-AL. A espécie estudada foi Chamaecrista hispidula, pertencente à subtribo Cassiinae (Fabaceae-Caesalpinioideae), caracterizada por apresentar enantiostilia monomórfica. Suas flores apresentam coloração amarelada, possuem uma pétala côncava que atua na deposição do pólen no corpo do polinizador (Amorim et al. 2017; Oliveira et al.; 2023), bem como possuem anteras poricidas, o que faz com que apenas abelhas que realizam a polinização por vibração (buzz-pollination), tenham êxito na retirada do pólen das anteras. Para avaliar a interferência da florivoria na frequência de visitas, foram realizadas observações focais em 16 indivíduos, das 6h às 9h. Foram marcadas três flores por planta, totalizando 48 flores (Flor 1 = sadia;  flor 2 = florivoria na corola; e flor 3 =  florivoria nas anteras). Os danos nas anteras foram produzidos manualmente, com o auxílio de tesoura. Os resultados revelaram que flores sadias receberam quase o dobro de visitas em comparação às flores danificadas na corola, totalizando 146 visitas em flores sadias (48,0%), 74 visitas nas flores com danos na corola (24,3%), e 84 visitas em flores com danos nas anteras (27,6%). Os dados evidenciam uma clara preferência das abelhas por flores sadias, possivelmente devido à descaracterização do padrão floral reconhecido por esses polinizadores, como já registrado no estudo de Santos e colaboradores (2025). Ao considerar o protagonismo da pétala côncava no processo de polinização dessa espécie (Almeida et al.; 2013), mesmo danos considerados indiretos, por afetarem estruturas vegetativas, podem interferir diretamente na polinização, caso estejam localizados nessa estrutura. Ademais, os resultados sugerem que a florivoria exerce influência negativa sobre a frequência de visitas à espécie estudada, reduzindo a atratividade em flores com danos nas anteras e na corola.

   
• Palavras-chave
• Atratividade floral, Dano floral, Interação planta-animal.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus III