Risco de transmissão de Schistosoma mansoni em criadouros de hospedeiros intermediários em Alagoas

Risco de transmissão de Schistosoma mansoni em criadouros de hospedeiros intermediários em Alagoas

• Autor
• Luís Gabriel dos Santos Gomes
• Co-autores
• Anderson Alves Felix , Luzia Kelly da Silva Nunes , Mikaelly Maria Vieira de Carvalho , Letícia Pereira Bezerra , Rosália Elen Santos Ramos , Israel Gomes de Amorim Santos , Loane Márzia Lopes Costa
• Resumo

•  

  Objetivo: Elaborar um modelo preditivo que permita estimar o risco de transmissão de Schistosoma mansoni em uma área endêmica do estado de Alagoas. Metodologia: Realizamos quatro coletas entre os anos de 2023 e 2024 no município de Feira Grande, Alagoas. Os animais foram coletados e encaminhados ao Laboratório de Malacologia da Universidade Estadual de Alagoas, onde foram triados para identificação da espécie e analisados para verificar a infecção por larvas de trematódeos, para essa análise os moluscos foram submetidos a fotoestimulação artificial e esmagamento. Para caracterização ambiental, foi aplicado um protocolo de diversidade de habitats e para o teste microbiológico, foi realizada a avaliação da qualidade bacteriológica da água utilizando o teste rápido Aquagex®. Resultados: Dos 25 pontos identificados, 18 foram classificados como criadouros (presença de Biomphalaria). Foram coletados 973 animais, dentre os quais, 70,0% (n = 681) eram da espécie Biomphalaria glabrata e 30,0% (n = 292) eram Biomphalaria straminea. A maior densidade de caramujos foi identificada na quarta coleta (dezembro de 2024), enquanto a menor foi registrada na segunda coleta (outubro de 2023), com 506 e 132 moluscos, respectivamente. A primeira e terceira coletas ocorreram no período de seca, com 168 e 167 caramujos coletados, respectivamente. Ao longo das quatro coletas realizadas, foram identificadas diferentes tipos de trematódeos, incluindo cercárias de S. mansoni e Echinostoma spp. (primeira coleta), cercárias do tipo Magnacauda (primeira e segunda coleta), Estrigiocercária (terceira e quarta coleta) e cercárias do grupo Armata (quarta coleta). As cercárias de S. mansoni foram detectadas exclusivamente em B. glabrata. O protocolo de diversidade de habitats foi aplicado em 23 pontos de coleta. Desses, 16 foram diagnosticados como situação natural, 4 levemente impactados e 3 altamente impactados. Em relação aos impactos antrópicos (classificados em três variáveis: ausente ou pouco, moderado e acentuado), o que mais predominou nos pontos foram os impactos moderados, atingindo 47,8%. O descarte de esgoto foi negativo na maioria dos pontos, estando presente apenas em 8,7% deles, e a cor da água foi predominantemente opaca em 73,9% dos pontos. Plantas aquáticas foram consideradas acentuadas em 43,5% dos locais, e o solo era principalmente lamacento em 56,6% dos pontos analisados. Quanto aos pontos com presença de Biomphalaria spp, 61,1% foram considerados em situação natural, com impactos antrópicos moderados em 55,5% e a maioria não tinha descarte de esgoto 88,9%. Entre os 10 criadouros que foram aplicados o teste microbiológico, 6 foram considerados muitos inseguros, além disso, identificamos coliformes totais e Escherichia coli em todos. Conclusão: O encontro de Biomphalaria spp. na região, especialmente B. glabrata, somado  isso a presença de cercárias de S. mansoni, ainda que pontual, associada à identificação de coliformes fecais e E. coli, e a classificação da maioria das águas como muito inseguras, indicam risco de transmissão do parasito.Assim, se torna essencial a criação de modelos preditivos como ferramentas para estimar o risco de transmissão de S. mansoni e para auxiliar nas ações de vigilância e monitorização da doença, sobretudo em áreas de baixa endemicidade.

• Palavras-chave
• Inquérito Malacológico. Prevenção. Saúde pública.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Campus II