Potenciais fontes de agrominerais no contexto litológico da região de Monte Carmelo (MG).

Potenciais fontes de agrominerais no contexto litológico da região de Monte Carmelo (MG).

• Autor
• Ilio Rodarte Faria Júnior
• Co-autores
• João Gabriel Motta
• Resumo

•  

  A região de Monte Carmelo se insere em um importante contexto de produção agrícola e pecuária, favorecida por fatores como clima e solos mecanizáveis. A expansão da atividade agropecuária, e de indústrias associadas, é acompanhada de aumento populacional e urbanização junto do incremento de renda per capita da região. Nesse contexto, nota-se uma contínua ampliação da cadeia de produção agrícola, seja de culturas perenes, anuais ou hortaliças. Tal fato eleva a demanda por insumos agropecuários e a busca por fontes independentes e de menor custo para a indústria, o que pode subsidiar a caracterização e viabilização de novas matérias-primas, a exemplo dos agrominerais, que são de origem mineral e aplicáveis na melhoria física e química dos solos. No contexto litológico da região de Monte Carmelo são reconhecidas mineralizações de minerais utilizados na indústria agrícola, como as jazidas de apatita (P₂O₅) e dolomitos (corretivos de solo). Outros litotipos na região apresentam similar potencialidade de uso agropecuário, que podem suprir desde o pequeno até grande produtor desse setor. As rochas alcalinas do Cretáceo (Fm. Mata da Corda, kimberlitos e fácies máficas-ultramáficas) podem apresentar destacáveis teores de K₂O, P₂O₅, MgO e micronutrientes contidos em minerais aptos à liberação de seu conteúdo químico no meio pedológico. O pó de basalto pode fornecer micronutrientes como Cu, Ni, SiO₂, CaO e MgO, dentre outros. As ocorrências de calcário calcítico, passível de uso na nutrição animal, também têm uso como corretivo agrícola. Os fosforitos do Grupo Vazante portam fósforo para aplicação direta no solo. Litologias ricas em micas podem ser avaliadas como fontes de K₂O e SiO₂ e na melhoria física do solo. A ocorrência de óxi-hidróxidos de cobre em Romaria pode revelar um remineralizador para esse micronutriente, enquanto que a turfa é portadora de ácidos húmicos e fúlvicos. Alternativamente, os rejeitos e estéreis de mineração são um capítulo a parte, cabendo avaliações de acordo com as rochas explotadas. Assim, a contextualização e descrição desses litotipos nessa região poderão servir de base ao desenvolvimento de caracterizações futuras que visem à identificação e estudos de uso como agrominerais, com destaque para remineralizadores e melhoradores físicos de solo.

• Palavras-chave
• Remineralizadores, Rochas, Geologia
• Área Temática
• Ciências do Solo