Flutuação populacional de coleobrocas (Coleoptera: Curculionidae, Scolytinae) em um Sistema Agroflorestal em Monte Carmelo – MG

Flutuação populacional de coleobrocas (Coleoptera: Curculionidae, Scolytinae) em um Sistema Agroflorestal em Monte Carmelo – MG

• Autor
• Marcelo Luiz da Mota
• Co-autores
• Alexandre Magalhães Vinisqui , Breno Preslei Junio Silvestre Rocha , Carlos Augusto Pedro , Jaqueline da Silva Souza , Mário Cunha Sequeira , Jardel Boscardin
• Resumo

• Espécies como mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla King) e cedro-australiano (Toona ciliata M. Roem) têm sido amplamente utilizadas em Sistemas Agroflorestais (SAFs), devido ao rápido crescimento, boa adaptação ao território brasileiro e ao alto valor da madeira, que possui múltiplas utilizações. O café por sua vez reage muito bem a esse sistema, tendo em vista a capacidade de produzir em condições de sombreamento. Porém, todas essas espécies citadas estão sujeitas ao ataque de insetos-praga, sobretudo de coleobrocas pertencentes às subfamílias Scolytinae e Platypodinae (Coleoptera: Curculionidae). Assim, o objetivo desse trabalho foi verificar a distribuição espaço-temporal de escolitíneos (besouros-da-casca) em um sistema agroflorestal constituído de café, mogno brasileiro e cedro-australiano, na região do bioma Cerrado, em Monte Carmelo, Minas Gerais. Para tanto, foram distribuídas, a cada 35 metros formando uma malha de pontos, 25 armadilhas de interceptação de voo, sendo 5 em cada linha, desconsiderando as bordas. As armadilhas foram confeccionadas utilizando materiais recicláveis, seguindo o modelo PET-SM e instaladas à 1,5 m do solo, contendo seis mililitros de álcool 96º GL como atrativo, e, após 15 dias de exposição, todo o material constante da armadilha foi coletado. As coletas foram realizadas a cada dois meses, de agosto de 2019 à julho de 2020, totalizando seis coletas no período. Em laboratório, o material coletado foi submetido à triagem, utilizando-se pinças, pincéis e estereomicroscópio binocular. Os insetos coletados foram separados em morfoespécies, inicialmente com o auxílio de chaves dicotômicas e material de a poio. Para análise da distribuição espacial foi utilizado o índice de Morisita. Foram identificados 17.523 escolitíneos, em que o acme polulacional ocorreu nos meses de abril e julho de 2020, com 5943 e 6840 espécimes coletados, respectivamente. Nas seis coletas realizadas verificou-se a distribuição do tipo agregada. Tal padrão de agregação se explica pelo fato de muitas espécies de coleópteros, principalmente os escolitíneos, alimentarem-se e agregarem-se para acasalar na planta hospedeira, como um resultado da atração pelo feromônio sexual, sendo a síntese do feromônio nos machos estimulada pela alimentação na árvore hospedeira. Conclui-se que o padrão espacial dos indivíduos é agregado e o pico populacional ocorreu na estação seca-fria do ano.

   

• Palavras-chave
• Café, Cedro-australiano, Mogno brasileiro, Scolytinae
• Modalidade
• Vídeos
• Área Temática
• Ciências Florestais