EFEITO CITOTÓXICO DE VENENOS DE SERPENTES DO GÊNERO Bothrops EM LINHAGEM DE CÉLULA LEUCÊMICA (K562)

EFEITO CITOTÓXICO DE VENENOS DE SERPENTES DO GÊNERO Bothrops EM LINHAGEM DE CÉLULA LEUCÊMICA (K562)

• Autor
• Aline Diogo Marinho
• Co-autores
• Lais Lacerda Brasil de Oliveira , Emanuel Cintra Austregésilo Bezerra , Roberta Jeane Bezerra Jorge , Raquel Carvalho Montenegro
• Resumo

• São de 1930 os primeiros relatos sobre venenos de serpentes usados ??em tratamentos contra o câncer. Desde então, numerosos estudos sobre as atividades, isolamentos, purificações e elucidações estruturais dos seus componentes foram publicados. As serpentes do gênero Bothrops contém uma variedade de enzimas que inclui proteinases com atividades hemorrágica, metaloproteinase fibrinolítica, fosfolipase A₂ (PLA₂), L-amino oxidases e uma variedade de peptídios potenciadores da bradicinina que podem contribuir para as ações biológicas dos venenos. O presente trabalho teve como objetivo investigar o efeito citotóxico induzido pelos venenos totais das serpentes Bothrops erythromelas (VBe), Bothrops pauloensis (VBp), Bothrops jararacussu do Sul (VBJs) e do Sudeste (VBJsd) e Bothrops alternatus (VBa) sobre cultura de células humanas de leucemia miolóide (K562). Nesse contexto, foi realizada a determinação do potencial citotóxico pelo método de Alamar-Blue, um teste de avaliação da capacidade oxirredutora das células, após 24 horas de incubação. Células K562 foram cultivadas em garrafas plásticas a 37 ° C em atmosfera de 5% de CO₂, com meio RPMI 1640 suplementado com soro bovino fetal a 10% e antibiótico a 1%. O tratamento foi realizado com duas concentrações fixas, 10 e 50µg/mL, em placa de 96 poços (5x10⁴ células/poço), após 24h de tratamento, adicionou-se 30µL de alamar (0.2mg/mL), incubado por 3h e lido em leitor de microplaca na absorbância de 570nm. Os dados obtidos foram expressos em porcentagem e os resultados serão demonstrados em gráfico, para isso utilizou-se o Excel e o GraphPadPrisma versão 7.0, com confiabilidade p?0,05, respectivamente. Foi observado efeito citotóxico, com alteração de morfologia celular. O VBe não causou diminuição da viabilidade; O VBp causou diminuição significativa da viabilidade celular na concentração de 50?g/mL (50,34%); VBjs e VBjsd diminuíram a viabilidade, em ambas as concentrações, mas a do Sul apresentou IC50% menor que a do Sudeste (na menor concentração VBjs 47,72% e VBjsd 58,21%); VBa reduziu a viabilidade celular em ambas as concentrações 10 e 50 ?g/mL (52,69 % e 57,19%, respectivamente). Para avaliação morfológica das células K562 após exposição aos venenos em estudo, os poços do cultivo foram analisados por microscopia óptica e as características morfológicas mais representativas foram fotografadas. Foram observadas diversas alterações morfológicas, tais como aparecimento de restos celulares e núcleos desnudos, células vacuolizadas e redução do volume celular. Considerando a variada composição dos venenos (em proporção), o VBjs contém a maior quantidade de fosfolipase (Lys e Asp) e serinoprotease (aproximadamente 50%), ao qual é atribuído a menor IC50 e o VBe, que não apresentou citotoxicidade na linhagem testada apresenta baixa proporção de fosfolipase (13%), estando presente neste veneno apenas a porção Lys, e uma baixa proporção de serinopreotease (4%), podendo estas frações serem as responsáveis pelos resultados obtidos. O trabalho demonstra que os venenos Botrópicos possuem efeito antitumoral (in vitro) e representa uma ferramenta biotecnológica de grande potencial para o desenvolvimento de compostos líderes para novos fármacos.

• Palavras-chave
• câncer, leucemia, venenos, serpentes, in vitro, citotoxicidade
• Modalidade
• Exposição
• Área Temática
• Pesquisa Básica e Translacional