INTRODUÇÃO: Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 1 (NEM1) é uma desordem hereditária com transmissão autossômica dominante devido a mutações no gene de supressão tumoral MEN1. É caracterizada pela ocorrência de tumores na glândula paratireóide, hipófise e ilhotas pancreáticas. Estes últimos estão associados com a maior morbimortalidade na síndrome. Os achados clínicos da NEM1 estão relacionados aos sítios dos tumores e seus produtos de secreção. RELATO DE CASO: M.E.C., 32 anos, feminino, procurou atendimento médico aos 17 anos devido a amenorreia primária. Foi diagnosticado macroprolactinoma com prolactina inicial de 229,5 ng/ml e ressonância nuclear magnética com lesão hipofisária intra-selar de 1,5 x 0,7 x 1,0 cm. O tratamento foi iniciado com bromocriptina, posteriormente substituído por cabergolina com resposta satisfatória. A paciente referida fez parte de um rastreio para hiperparatireoidismo primário (HPP) realizado em um grupo de 149 pacientes seguidos com prolactinoma no serviço de Neuroendocrinologia de hospital de referência da região Nordeste. Aqueles que apresentavam cálcio > 10mg/dl foram investigados para HPP, com dosagens de cálcio, fósforo e PTH, sendo identificados 07 casos positivos (4,7%). Nesta paciente, o rastreamento foi realizado após 10 anos de seguimento, sendo identificado cálcio total de 10,7 mg/dl e PTH de 79,5 pg/ml. Após o diagnóstico de NEM1, foi realizado tomografia computadorizada de abdome que mostrou lesão nodular em corpo de pâncreas com 3,8 x 3,1 x 3,5 cm de natureza não funcionante. A paciente foi submetida a pancreatectomia corpo-caudal, esplenectomia e linfadenectomia da artéria gástrica esquerda associada a paratireoidectomia total, timectomia e implante de paratireóide inferior direita no antebraço esquerdo. A análise histopatológica identificou neoplasia endócrina com invasão angiolinfática com margens cirúrgicas livres. A imunohistoquímica revelou cromogranina e sinaptofisina com padrão positivo difuso e Ki67 positivo em 18% das células. Foi indicada quimioterapia adjuvante evoluindo sem recidiva tumoral após seis anos de seguimento pós-operatório. DISCUSSÃO: O rastreamento para tumores hipofisários também é recomendado para pacientes com NEM1, mas a abordagem inversa de investigar NEM1 no paciente com tumor hipofisário não é realizada com frequência, sendo considerada rara. Os tumores hipofisários, que são geralmente os prolactinomas, podem ser a primeira manifestação da NEM-1 em aproximadamente 15% dos pacientes. No entanto, menos de 3% dos pacientes com tumor de hipófise anterior terão diagnóstico de NEM-1. Esse achado é compatível com a prevalência identificada no rastreamento ao qual a paciente foi submetida (4,7%). Na ausência de tratamento, os tumores endócrinos estão associados com uma mortalidade mais precoce nos pacientes com NEM1. Assim, pacientes sem tratamento tem uma expectativa de vida menor com uma mortalidade de 50% até os 50 anos de idade. Em particular, TNEPs malignos e tumores carcinoides tímicos estão associados como marcadores de risco aumentado de morte. O screening para NEM1 em pacientes com apenas um tumor relacionado a esta síndrome pode beneficiar muitos indivíduos, como no caso relatado. O simples rastreio através da dosagem de cálcio sérico permitiu a esta paciente um diagnóstico precoce e um tratamento curativo para o HPP e o TNEP, doenças associadas respectivamente a elevada morbidade e mortalidade.
O evento tem como objetivo a atualização e integração dos cuidados nas áreas de Oncohematologia e Imunoterapia. Sabe-se hoje que é possível realizar um tratamento diferenciado baseado em novas tecnologias e práticas para pacientes com doenças crônicas como câncer e doenças reumáticas, o que garante melhor sucesso nos resultados.
Nesse contexto idealizamos um simpósio MULTIPROFISSIONAL, que tem como proposta utilizar as expertises da ONCOVIE, NOHC e seus parceiros, promovendo o aprendizado e aprimoramento dos profissionais de saúde que atuam ou desejam atuar nesse segmento.
Na sua última edição o evento trouxe, além das palestras para profissionais médicos e multidisciplinares, conteúdos relevantes na área de pesquisa básica e submissão de trabalhos científicos, proporcionando a integração entre profissionais e estudantes da área.
REGRAS DE SUBMISSÃO DE TRABALHOS – PÔSTERES
As APRESENTAÇÕES serão avaliadas por membros da Comissão Científica, seguindo os seguintes critérios:
Título: O título expressa o conteúdo do trabalho? ?
- Cada tópico acima apresentado receberá pontuação de 0-10 por parte do avaliador. O somatório dos 10 tópicos comporá a pontuação final do trabalho; ?
- Não serão divulgadas as pontuações finais; ?
- Todos os trabalhos apresentados receberão certificados; ?
Comitês – II Simpósio Multidisciplinar em Oncohematologia e Imunoterapia
Comitê Executivo
José Aurillo Rocha – Presidente Executivo
Alessandra Rafael Affonso dos Santos
Caroline Aquino Moreira Nunes
Dayse de Souza Chaves Maia
Izabela Cavalcanti de Albuquerque
Luciana Rocha de Arruda
Manoel Odorico de Moraes Filho
Maria Elisabete Amaral de Moraes
Sabrina Pamplona Cavalcante
Sabrina Rodrigues de Sousa
Comitê Científico
Ana Carolina Matos de Queiroz
Alessandra Rafael Affonso dos Santos
Adrhyann Jullyanne de Sousa Portilho
Brena Custódio Rodrigues
Caroline Aquino Moreira Nunes
Dayse de Souza Chaves Maia
Emerson Lucena da Silva
Felipe Pantoja Mesquita
Germison Silva Lopes
Israel Lopes de Medeiros
Izabela Cavalcanti de Albuquerque
Jardenis Gomes Alves
Jéssica Correia Queiroz
José Aurillo Rocha
Lais Lacerda Brasil
Larissa Sousa da França
Luciana Rocha de Arruda
Luina Benevides Lima
Mario Vilany Gomes Bomfim Oliveira
Luis Rafael da Silva Cruz
Ramon Rawache Barbosa Moreira de Lima
Raquel Carvalho Montenegro
Roberto Eter da Rocha Furlani
Sabrina Pamplona Cavalcante
Sabrina Rodrigues de Sousa
Vaneide Maria de Jesus
Periodicidade da publicação: anual
Idioma(s) que serão aceitos os artigos: Português
Autor corporativo: NOHC- NUCLEO DE ONCOLOGIA E HEMATOLOGIA DO CEARA LTDA
CNPJ: 14.475.163/0001-35
Rua Dr. José Lourenço, 777 - Aldeota | Cep: 60.115-281
Edição atual: 1ª edição - 2019