Assédio Materno: prática discriminatória em um programa de pós-graduação na Paraíba

Assédio Materno: prática discriminatória em um programa de pós-graduação na Paraíba

• Autor
• Raquel Bezerra Cavalcanti Leal de Melo
• Co-autores
• Alessandra Gomes Brandão Câmara
• Resumo

• Este trabalho relata um caso de assédio materno ocorrido no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), quando uma pesquisadora foi desligada do quadro permanente, em setembro de 2017, após ser avaliada com baixa produtividade pela coordenação do Programa, no ano seguinte ao parto de seu segundo filho.
              No semestre seguinte, mesmo estando à disposição do programa, não foi atribuída à pesquisadora a disciplina que sempre lecionava para as turmas iniciantes, nem mesmo a orientação de alunos da nova turma. Em reunião realizada com os docentes do curso (abril de 2018), a professora levantou questionamentos sobre o “esvaziamento” das suas funções, não obtendo qualquer justificativa pelo coordenador do programa.
              Para configurar ainda mais o assédio, ao mesmo tempo em que a pesquisadora foi desligada do quadro permanente, um pesquisador (sexo masculino) com produção inferior ao da referida professora foi aceito no quadro permanente. A pesquisadora buscou apoio em outras instâncias da universidade, mas sem respostas, entrou com uma ação judicial mostrando a prática discriminatória dentro do programa de pós-graduação. Em fevereiro de 2019, por ordem judicial, foi reintegrada ao corpo permanente do mestrado até o final do quadriênio - final de 2020 - para “mostrar" produtividade de acordo com as métricas estabelecidas pelo programa. Contudo, novamente, sem levar em consideração a condição desigual em que se encontram as pesquisadoras mães de crianças pequenas em relação aos seus pares, especialmente pesquisadores homens com ou sem filhos.
   

• Palavras-chave
• Assédio materno; pós-graduação
• Área Temática
• Maternidade e carreira acadêmica e científica

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