SENTIR, FALAR, TRANSFORMAR: SAÚDE MENTAL COM ADOLESCENTES EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

SENTIR, FALAR, TRANSFORMAR: SAÚDE MENTAL COM ADOLESCENTES EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

• Autor
• Hellen de Paiva Szkura
• Co-autores
• Emily Taine Barroso Souza , Fabri Thierri Estevam Oliveira , Joyce Mazza Nunes Aragão
• Resumo

• INTRODUÇÃO: Considera-se a adolescência por um período entre 10 e 19 anos de idade, sendo caracterizada por uma fase complexa e de intensas transformações biopsicossociais, influenciada por fatores socioeconômicos, familiares e emocionais, podendo acarretar impactos à saúde mental. Análogo a isso, adolescentes em situação socioeducativa tornam-se ainda mais vulneráveis, visto a privação de liberdade e ao contexto social adverso em que se encontram, tornando essencial a criação de espaços de expressão e diálogo com estes adolescentes. OBJETIVO: Relatar uma ação extensionista sobre saúde mental realizada por acadêmicos de enfermagem com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado em uma ação desenvolvida por acadêmicos do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), integrantes da Liga Interdisciplinar de Promoção à Saúde do Adolescente (LIPSA) para adolescentes institucionalizados. A atividade foi conduzida a partir da temática “Setembro Amarelo”, com ênfase para o diálogo sobre a saúde mental desses adolescentes, o reconhecimento e compreensão de suas emoções. Ocorreu no mês de setembro de 2024 em um Centro Socioeducativo no município de Sobral, Ceará. No qual participaram sete adolescentes, seis socioeducadores e uma coordenadora do local, onde desenvolveu-se a partir de três etapas, sendo elas descritas a seguir. Primeiramente, houve a utilização de uma tecnologia visual, por meio de slides que abordou conceitos importantes sobre o mês de setembro e seu direcionamento para a saúde mental, a importância dessa campanha e conceituações sobre o suicídio. Logo após, desenvolveu-se uma dinâmica sobre as emoções, no qual foram distribuídos cartões que possuíam as emoções da animação “Divertida Mente 2”, que destaca uma variedade de sentimentos da personagem principal em diferentes momentos de sua vida, o que colaborou para a proximidade dos adolescentes com a metodologia e a discussão sobre momentos que eram atrelados a essas emoções. Para finalizar, foi construído um “Mural de Apoio”, a partir de post-its entregues aos participantes para que escrevessem mensagens positivas e de incentivo a vida para pessoas que estivessem passando por dificuldades e necessitassem de palavras de encorajamento. RESULTADOS: Durante toda a ação os adolescentes demonstraram interesse em contribuir com o momento e com as discussões estabelecidas, visto o autorreconhecimento que relataram acerca de sintomas depressivos e a instabilidade de emoções que possuíam estando em regime socioeducativo. O momento contou com alguns fatores facilitadores e algumas limitações, entre eles, destaca-se o apoio e colaboração dos socioeducadores durante todas as reflexões e diálogos estabelecidos, contudo, observou-se uma barreira referente à quantidade de adolescentes participantes e o tempo disponibilizado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, ações extensionistas com adolescentes institucionalizados evidenciam-se como uma ferramenta importante para a abordagem de temáticas pertinentes para esse público, tendo em vista o contexto vulnerável em que se encontram. Ademais, o diálogo acerca da saúde mental e o manejo de suas emoções torna-se necessário para a criação e fortalecimento de espaços e vínculos entre a comunidade e os adolescentes em medida socioeducativa, visando a redução dos impactos biopsicossociais e o acolhimento a esses jovens.

• Palavras-chave
• Saúde do Adolescente, Adolescente Institucionalizado, Saúde Mental.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• EIXO 8: PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL