Introdução: O seminoma é um tumor maligno de células germinativas e que, raramente, apresenta-se em sítios distintos aos testículos, tendo a preferência por estruturas situadas em torno da linha mediana como o mediastino, e retroperitônio, a região sacrococcígea e a glândula pineal. Os tumores de células germinativas mediastinais correspondem de 3 a 10% de todos os tumores mediastinais e representam menos de 5% de todas as neoplasias de células germinativas. Afetam, principalmente, homens com idade entre 20 e 35 anos. Nesse sentido, o seminoma primário do mediastino é um tumor incomum e possui comportamento biológico particular por crescer em uma localização particular. O tratamento deve ser de caráter individual para cada caso e de acordo com o estadiamento. O prognóstico tem melhorado de maneira considerável devido ao uso de novas abordagens e a ampliação do conhecimento acerca da etiopatogenia e história clínica da doença. O objetivo do estudo foi descrever um relato de caso de uma doença rara e de baixa prevalência. Metodologia: Foi realizado um estudo observacional descritivo do tipo relato de caso em uma clínica oncológica situada no estado do Ceará. Relato de caso: Masculino, 52 anos, casado, etnia branca,, gerente comercial, natural, procedente e residente de Fortaleza-CE. Relata uso de álcool eventual, sem saber de forma precisa a quantidade ingerida. Nega tabagismo, diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica, assim como outras doenças crônicas. Além disso, nega sedentarismo.O pai apresentou massa em mediastino aos 80 anos de idade, entretanto, não foi realizada biópsia para investigação e confirmação de câncer. Encaminhado a serviço de oncologia com queixa de tosse seca e dispneia aos grandes esforços. Realizado exames laboratoriais de admissão hemograma evidenciando discreta anemia normocrômica e normocítica, leucograma e plaquetograma dentro dos valores de normalidade, velocidade de hemossedimentação acima do valor de normalidade, proteína C reativa elevada (6,81 mg/dL). A tomografia computadorizada de tórax sem contraste evidenciou massa mediastinal volumosa e heterogênea medindo cerca de 10,6 x 9,1 x 10,0 com (craniocaudal, ântero posterior e latero-lateral) de bordas irregulares e aderida a planos subjacentes, sendo sugestiva de timoma, linfoma e tumor de células germinativas. Para elucidar a histogênese da neoplasia, foi fundamental a realização de estudo imuno-histoquímico que confirmou o diagnóstico de seminoma em estágio IIIA. O seguimento ocorreu da seguinte forma: Quimioterapia com Bleomicina 30 UI EV D1 + Etopsideo 100 mg/m2 D1 a D5 + Cisplatina 20 mg/m2 EV D1 a D5. Periodicidade a cada 3 semanas. Em fase atual, paciente encontra-se bem clinicamente e com remissão da doença. Conclusão: Quando utilizado tratamentos agressivos de quimioterapia e radioterapia, os seminomas primários, independente do estágio, são curáveis. os primeiros tratamentos relatados na bibliografia médica envolviam a abordagem cirúrgica do tumor, onde cerca de 50% recidivaram no pós-operatório e menos da metade tinham sobrevida de 5 anos. Atualmente, o tratamento mais recomendado baseia-se na combinação de radiação com quimioterapia à base de cisplatina, onde apresenta-se taxa de sobrevida > 90% quando iniciado precocemente.
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