Introdução: O câncer é a segunda causa de morte antes dos 70 anos. A modalidade
terapêutica dos tumores malignos pode variar de acordo com o tipo e estágio do tumor,
localização, estado de saúde do paciente e dos possíveis efeitos colaterais. A
quimioterapia é o tipo de tratamento mais predominante para pacientes com câncer,
apesar dos avanços promissores. Dentre os efeitos colaterais e complicações enfrentadas pelos
indivíduos com câncer, destaca-se a fraqueza muscular resultada de internações mais
longas e pode causar menor sobrevida, além de capacidade funcional reduzida e pior
qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional de pacientes em
tratamento oncológico. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo quantitativa,
prospectiva, descritiva e longitudinal. Realizada nas clínicas Oncovie - Serviço de
Oncologia, Hematologia e Terapia Biológica e NOHC - Núcleo de Oncologia e
Hematologia do Ceará, com atendimento ambulatorial de convênios e particulares,
desde setembro de 2021 a março de 2022. A amostra é não probabilística, constituída
por pacientes de acordo com a demanda do serviço. Foram incluídos homens e mulheres
com idade acima de 19 anos; pacientes com câncer em tratamento oncológico de
quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia. Foram excluídos os pacientes que
realizaram quimioterapia, imunoterapia ou hormonioterapia há menos de 6 meses da
entrevista inicial ou que apresentaram alguma limitação cognitiva que impedisse dar
seguimento, e pacientes desistentes após aceite. A coleta ocorreu através do
preenchimento de Formulário estruturado elaborado contendo idade, diagnóstico de
câncer e tratamento oncológico atual proposto disponíveis em prontuário eletrônico.
Para avaliação da capacidade funcional foi utilizada a escala específica para pacientes
com câncer PS-ECOG que estabelece escores de 0 a 5 com a seguinte classificação:
índice 0 (totalmente ativo, capaz de continuar todo o desempenho de pré-doença, sem
restrição), 1 (restrito para atividade física extenuante, porém capaz de realizar um
trabalho de natureza leve ou sedentária), 2 (completamente capaz para o autocuidado,
mas incapaz de realizar quaisquer atividades de trabalho; fora do leito por mais de 50%
do tempo), 3 (capacidade de autocuidado limitada, restrito ao leito ou à cadeira mais de
50% do tempo de vigília), 4 (completamente limitado, não pode exercer qualquer
autocuidado; restrito ao leito ou à cadeira) e 5 (morto). Cada paciente foi avaliado por
meio dessa escala em dois momentos com intervalo de 3 meses. O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Ceará, através do Parecer de Número
4.912.428 e CAAE 48471121.2.0000.5054. Resultados: A amostra da pesquisa foi
constituída por 36 pacientes, que apresentou idade média de 68,66 (±11,86) anos, sendo
metade dos indivíduos do sexo feminino e a outra metade do sexo masculino.
Observou-se maior prevalência dos cânceres primários localizados na mama e o
tratamento oncológico mais utilizado foi a quimioterapia isolada em 37% (n=14) da
amostra ou em combinação com outra terapia em 22% (n=8). A maioria dos indivíduos
também demonstrou uma excelente performance status pontuando entre escores 0 e 1,
demonstrando preservação da capacidade funcional nos indivíduos. Conclusão: Foi
possível avaliar a capacidade funcional dos pacientes em tratamento oncológico.
Comissão Organizadora
Mayra Ramos
Sabrina Pamplona
Samanta Dantas
Comissão Científica