Paciente R.D.B.N de 25 anos, natural e procedente de Aracati, pardo, católico, em união estável, com ensino médio completo e desempregado, deu entrada no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) no dia 03/07/2022 em decorrência de uma Leucemia Mieloide Crônica (LMC) em crise blástica. O paciente havia sido diagnosticado desde 2019, relatava uso de drogas, alergia a Teicoplanina e apresentava transtorno de pânico e episódios depressivos. Após o diagnóstico, iniciou o tratamento com Imatinibe 400mg, porém, devido à falha terapêutica, foi necessário a troca da medicação para o Dasatinibe 100mg em fevereiro de 2021. Já em novembro do mesmo ano a terapia foi interrompida devido à pancitopenia causada pelo medicamento. Em dezembro de 2021 o paciente entrou no quadro de crise blástica e deu início ao protocolo de quimioterapia 7+3 (Citarabina + Daunorrubicina), normalmente utilizado em casos de leucemia mieloide aguda (LMA). Em um exame de cariótipo foi constatado que o paciente era portador de anormalidades: 46, XY, t (9;22) (q34; q11.2) [9] / 45, t (9;22) (q34; q11.2), -Y [11]. Em janeiro de 2022, iniciou o uso de Nilotinibe 800mg e foi encaminhado para o setor de transplante de medula óssea (TMO). O exame de HLA foi coletado de seus familiares constatando a ausência de compatibilidade, exigindo um doador não aparentado para a realização do TMO. Em junho de 2022 o paciente iniciou o tratamento com o protocolo FLAG-DAUNO, também usado no tratamento de LMA. Entretanto, o paciente seguia sem apresentar respostas satisfatórias às terapias utilizadas, permanecendo com alta relação BCR-ABL de 211,03%. Em julho, apresentou exame positivo para COVID-19, evoluindo para choque séptico com contração da diurese e piora do padrão respiratório. R.D.B.N foi a óbito no dia 21/07/2022. O caso desse paciente demonstra a crescente importância de estudos na área de Farmacogenética, que podem auxiliar a compreender o(s) motivo(s) de pacientes não responderem de forma satisfatória aos tratamentos convencionais e direcionar a terapias de melhor adesão e resposta clínica.
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