INTRODUÇÃO: A infecção por HIV e a síndrome da imunodeficiência adquirida são relevante problema de saúde pública; no Brasil, entre 2019 e 2021 foram notificados 9.075 casos de aids. O aumento da expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV/aids em decorrência da terapia antirretroviral de alta eficácia trouxe novos desafios de saúde, a exemplo das neoplasias, enfermidades oportunistas nem sempre tratáveis e responsáveis por óbitos em todas as regiões do país. OBJETIVO: Analisar a tendência de mortalidade por neoplasias decorrentes de infecção por HIV no Nordeste brasileiro entre os anos de 2010 e 2020. METODOLOGIA: Estudo exploratório, realizado nos meses de julho e agosto de 2022, com dados coletados do Departamento de Informática do SUS, na modalidade TABNET, a partir do Sistema de Informação de Mortalidade. Foram coletados dados referentes ao período de 2010 a 2020, observando-se o número de óbitos, unidade da federação, sexo, faixa etária, raça e escolaridade. Foi feita estatística descritiva e regressão linear para cálculo do comportamento da mortalidade no software Excel para Microsoft 365. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A Região Nordeste apresentou, no período, um total de 545 óbitos, em uma discreta tendência crescente (y = 1,1273x + 42,873; r= 0,354). O Estado do Ceará registrou o maior número de óbitos (117, 21,5%), também em tendência crescente mais perceptível (y = 0,8364x + 5,6182; r=0,518). No quesito sexo, 385 óbitos foram de homens (70,6%), em tendência crescente mais acentuada (y = 0,9727x + 29,164; r=0,382) em relação ao sexo feminino (y = 0,2727x + 12,909; r=0,279). As faixas etárias mais prevalentes foram as relacionadas à idade produtiva (entre 20 e 59 anos), com destaque para a faixa de 40 a 49 anos, com 167 casos (30,6%); a faixa que apresentou maior tendência de crescimento, no entanto, foi a faixa de 20 a 29 anos (y = 0,6818x + 2,9091, r=0,647). A raça mais comumente registrada foi a parda, com 384 óbitos (70,5%), em tendência crescente (y = 1,3818x + 23,345; r=0,474). Na escolaridade, o grupo mais acometido de óbitos foi aquele cuja escolaridade está entre 8 e 11 anos, aproximadamente entre Ensino Fundamental e Ensino Médio completos (121, 22,2%), sendo também o grupo com tendência crescente mais destacada (y = 0,9727x + 29,164; r=0,382). CONCLUSÕES: O número de óbitos por neoplasias decorrentes de HIV vem aumentando na região Nordeste, com destaque para o Estado do Ceará. Ser do sexo masculino, estar entre 20 e 29 anos, ser de cor parda e ter escolaridade entre Ensino Fundamental e Médio são fatores mais comumente associados a um maior número de óbitos.
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