Alfabetização além das letras

  • Autor
  • Maria Marilize Soistak
  • Co-autores
  • Larissa Cristine Bida
  • Resumo
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    ALFABETIZAÇÃO ALÉM DAS LETRAS

     

    Eixo 9 - Aprendizagem, desenvolvimento humano e práticas escolares. 

    Resumo: Esse artigo propõe uma reflexão sobre a compreensão dos processos de alfabetização e letramento e expor as contribuições da junção dois processos (alfabetização e letramento). Acredita-se que o letramento constitui-se em um instrumento para melhores resultados na formação das crianças que saem das séries iniciais do ensino fundamental, o que contribuirá para diminuir o número do analfabetismo funcional no Brasil. Os alunos precisam de mediadores que contribuam para a prática de um ensino interativo, contextualizado e muito bem planejados. Assim o professor alfabetizador é aquele que apresenta conhecimentos e conteúdos que contribuem para alunos críticos. A prática pedagógica como ação do professor no espaço da sala de aula e a alfabetização como uma prática complexa, engajado em práticas do letramento. Segundo Freire, “para que a educação não fosse uma forma política de intervenção no mundo era indispensável que o mundo em que ela se desse não fosse humano” (FREIRE, 1996, p.111). Assim compreende-se, a importante atuação do professor no processo de alfabetização/ letramento, como agente mediador da cultura, possibilitando ao aluno a apropriação da leitura e escrita. Pode-se destacar a importância dessa aprendizagem em uma sociedade letrada, pois esses usos possibilitam o acesso à cultura humana e possibilita a intervenção, atuação e interação social com o outro. No que se refere a essas práticas sociais mediadas pela escrita, compreendendo que elas se organizam para atender a uma necessidade de interação com o outro. Diante isso, Cagliari (1998) afirma que quem escreve, não age por acaso, mas guiado por uma intencionalidade que só se realiza mediante a leitura e compreensão pelo outro. Nesse contexto, o autor também esclarece que “para ler um texto escrito é preciso, antes de tudo, saber decifrar o que está escrito” (CAGLIARI, 1998, p. 62). Viver em uma sociedade letrada requer uma compreensão e apropriação de conhecimentos básicos relacionados a cultura. Reconhece-se que para participar de práticas sociais que envolvem a escrita, não é necessário que a criança esteja alfabetizada. Uma criança bem antes de ir à escola, já tem relações sociais e passa a reconhecer a função de reconhecer a função de um material escrito, assim como compreender as funções da escrita na sociedade. No entanto para interagir de forma mais plena na sociedade é necessário que a criança adquira os aspectos convencionais da escrita. Nesse sentido, Tfouni (1995) afirma que o processo de alfabetização “refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades para a leitura, escrita e a chamadas práticas da linguagem. Isso é levado a efeito, em geral, por meio do processo de escolarização e, portanto, da instrução formal” (TFOUNI, 1995, p. 9). Dessa forma percebe-se que a escrita é o resultado da cultura humana e seu processo de ensino e aprendizagem, que ocorre por meio da alfabetização e letramento. O artigo propõem investigar a importância da leitura, escrita, jogos e materiais lúdicos para uma alfabetização de multiletramento, e analisar os materiais pedagógicos e referências que contribuem para o processo de alfabetização e letramento significativo. Esse estudo consiste em uma breve revisão de literatura com instrumentos misto, a qual é um método de pesquisa que permite a coleta e análise crítica dos artigos encontrados. Pode-se considerar que a pesquisa foi realizada através das bases de dados Scientific eletronic Libraryonline (SCIELO), no PubMed e Google Academico, utilizando a combinação dos descritores. Os aspectos metodológicos utilizados foram quantitativos e qualitativos, em conjunto com uma pesquisa bibliográfica e análise de literaturas adequadas. Os resultados de trabalhar com uma educação e letramento expressivo, significa utilizar um conjunto de ações metodológicos tendo como fim a aprendizagem multiletrada. Ramos afirma (1953, p. 102) sobre a forma mecânica em que era e ainda ás vezes é realizado o ensino desse processo de aquisição da leitura e escrita. “Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram outras vinte e cinco, diferentes da primeira e com os mesmos nomes delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós. Quatro sinais com uma só denominação. Se me habituasse às maiúsculas, deixando as minúsculas para mais tarde, talvez não me embrutecesse. Jogaram-me simultaneamente maldades grandes e pequenas, impressas e manuscritas. ” Percebe-se necessário uma desconexão do processo de aprendizagem na alfabetização de forma mecânica, e que as práticas pedagógicas visem a promoção de interesse e participação mais efetiva nas aulas e atividades propostas por parte dos alunos, busca-se no processo de aprendizagem e aplicação de práticas interativas com quem aprende a fim de promover uma leitura eficaz, e por tanto, uma compreensão consciente acerca de textos e questões de interpretação no cotidiano. Portanto, o sistema de notação alfabética constitui em si um domínio cognitivo, um objeto de conhecimento com propriedades que o aprendiz precisa reconstruir mentalmente, a fim de vir a usar, com independência, o conhecimento de relações letra-som, que lhe permitirá ser cada vez mais letrado (MORAIS, 2006).   Em sala, os professores que tentam mudar com a “decoreba” e o processo mecânico, propõem atividades voltadas à interpretação de texto com compreensão, contato com livros de literatura, fichas de leitura, jogos de regras, desafios, interpretação de texto, leitura com significado, e atividades voltadas para a leitura com fluência, conhecimento e leitura de mundo. Foi perceptível constatar a alfabetização é um processo do ensino aprendizagem, sendo que aluno se torna alfabetizado quando aprendeu habilidades básicas para fazer uso da leitura e da escrita. Verificando que para tornar os alunos alfabetizados existem vários métodos, e instrumentos para alfabetização. Apareceram diferenças em relação à aprendizagem e os níveis de conhecimento de um grupo de alunos que já tem uma fluência e compreensão de texto comparado a um grupo que está no início do processo de aquisição da leitura e escrita, que têm o mero ato de codificar e decodificar sinais gráficos. Percebe-se que a educação a partir de atividades que utilizam do jogo, do lúdico e da leitura com sentido (fichas de leitura) para a alfabetização, podem ser considerados como instrumentos voltados para a educação crítica- reflexiva dos alunos, uma melhor resolução de conflitos, mais interesse pelas aulas e com isso desenvolvendo indivíduos alfabetizados e letrados. Para escolher os métodos e instrumentos, percebe-se que é necessário observar, e levar em conta que cada criança tem o seu ritmo e sua maneira própria de aprender, assim a forma de ensinar do professor ensinar para uma criança às vezes precisar ser modificada da outra, e ser pensada, estudada com grande significância para uma aprendizagem de qualidade. Diante do exposto, compreendemos que não só é possível como é extremamente necessário alfabetizar letrando, proporcionando ao aluno desde a sua inserção no contexto educacional a compreensão da função social da leitura em nossa sociedade em diferentes contextos de uso. Segundo Cagliari, “essa procura das relações entre significado e significante é, em outras palavras, saber como uma língua funciona e quais os usos que tem” (CAGLIARI, 2009, p.26). Nesse sentido é necessário um trabalho para além da leitura de palavras, mas sim explorar o seu significado em diferentes situações concretas, essa compreensão por parte do professor, possibilita a leitura e escrita como resposta a uma necessidade de convívio social, e os efeitos sentidos produzindo práticas de letramento. Dessa forma, compreendemos que atividades relacionadas a leitura, se realiza em uma relação mútua do professor e aluno, texto e sujeito envolvido, com encaminhamentos adequados desde a inserção do aluno na sua vida escolar. Assim estaremos possibilitando-o aprendizado de estratégias de leitura por meio de um trabalho contextualizado, envolvendo práticas sociais do letramento.

     

  • Palavras-chave
  • Alfabetização, letramento, metodologias
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Aprendizagem, desenvolvimento humano e práticas escolares
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