FORMAÇÃO DOCENTE NA PERSPECTIVA DO USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: COMPARTILHANDO UMA EXPERIÊNCIA
Maria Luisa Furlan Costa – UEM - luisafurlancosta@gmail.com
Nubia Carla Ferreira Cabau – Secretaria de Educação do Estado do Paraná – nubiacabau@bol.com.br
Dayane Horwat Imbriani de Oliveira - UEM – dayane.horwat@hotmail.com
Eixo: Formação de professores
GPEaDTEC – Grupo de estudos e Pesquisas em Educação a distância e Tecnologias Educacionais
OBJETIVOS
Ao iniciarmos o presente texto, gostaríamos de evidenciar que as tecnologias sempre fizeram parte da formação humana e da história da humanidade. Seria um erro desconsiderar todo o desenvolvimento tecnológico que deu suporte para o papel que a tecnologia vem desempenhando na atualidade, principalmente as tecnologias de informação e comunicação (TIC) que promoveram uma nova maneira de agir, pensar, construir, comunicar, compartilhar, enfim, de viver na contemporaneidade.
Este é também um objeto de estudo do Grupo de Pesquisa em Educação a Distância e Tecnologias Educacionais (GPEaDTEC/CNPq), liderado pela Dra. Maria Luisa Furlan Costa, vinculado ao departamento de Educação da Universidade Estadual de Maringá, do qual somos membros e onde pudemos organizar e ofertar um minicurso com a temática “Tecnologias na educação: Jogos Musicais online” durante o I Simpósio Virtual de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais, ocorrido na Universidade Estadual de Maringá, no ano de 2016.
O minicurso “Tecnologias na educação: Jogos Musicais online” teve aproximadamente 250 participantes, mas, o que queremos evidenciar neste momento foi a participação de alunos de graduação de um curso presencial de música que, incentivado por uma professora do curso, se inscreveram maciçamente com o objetivo de vivenciar uma experiência em EaD, já que o referido curso não dispunha de nenhuma atividade ou disciplina que possibilitasse aos alunos a prática em atividades musicais mediadas pelas TIC.
Esta assertiva nos leva ao objetivo desse trabalho que é discutir o papel das TIC na formação docente e as possibilidades que as novas tecnologias oportunizam no desenvolvimento de práticas inovadoras que correspondam ao cenário tecnológico que nos permeia.
ASPECTOS METODOLÓGICOS EMPREGADOS
Com o intuito de discutir a formação docente na contemporaneidade, objetivando discutir sobre como deve ser a formação do professor na atualidade, utilizaremos um estudo de caráter teórico bibliográfico, o qual pode ser caracterizado como o tipo de pesquisa que “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2012, p.50). Para tanto estabelecemos nossas reflexões a respeito da formação docente utilizando como subsídio os feedbacks e inserções feitas pelos participantes do referido minicurso no questionário de avaliação do evento. Não faremos observações dos participantes em sua íntegra, pois este não é um estudo de campo.
Assim, com vistas à compreensão do texto, consideramos de fundamental importância discutir, num primeiro momento, sobre a formação docente na atualidade, a fim de que possamos apontar caminhos que nos levem à compreensão de quais são as contribuições da tecnologia e na formação profissional desta categoria.
RESULTADOS
A formação de professores é assunto recorrente na atualidade, e muitos são os aspectos levantados por estudiosos do tema. A ação docente é fruto de debates e preocupação constante de educadores, políticos e sistema de ensino, e a formação inicial destaca-se como um ponto importante neste contexto. Como afirma Gatti (2011) é muito importante que não se deixe de investigar a formação inicial de professores “que ainda carece de muito conhecimento sobre como formar professores competentes para atuar no mundo atual” (GATTI, 2011, p.15).
Ainda sobre este aspecto salientamos que as novas tecnologias devem ser entendidas como parte fundamental deste processo de formação inicial, já que afetam a sociedade como um todo.
De acordo com Cabau; Costa e Santos (2016, p.2):
As alterações produzidas pelas novas tecnologias são conhecidas como a Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecnológica. Tais transformações provocaram, segundo Coll e Monereo (2008), o surgimento de uma nova forma de organização econômica, social, política e cultural, conhecida como Sociedade da Informação.
Assim consideramos ser impossível discutir formação docente sem estabelecer relação direta com as tecnologias. Defendemos a ideia de que o fundamental é que se busque complementar os processos de ensino com as tecnologias, fazendo-se uso das mesmas com objetivo de facilitar o processo de aprendizagem e formação ou mesmo de ‘falar a mesma linguagem’ do indivíduo inserido neste novo contexto social, político e cultural, ou seja, nesta nova sociedade da informação.
Como afirma Tedesco (2004, p.96):
Não há um recurso que responda a todas as necessidades. Cada um tem características específicas que deveriam ser avaliadas pelos docentes na hora de selecionar os mais adequados para os estudantes para a consecução dos objetivos educacionais, de acordo com suas condições e necessidades.
Desta forma observamos que não se trata aqui de qual modalidade de ensino (presencial ou a distância) é a mais adequada, mas sim do uso das ferramentas mais apropriadas, compatíveis e disponíveis à necessidade de formação deste profissional que precisará “enfrentar os desafios de ensino e de aprendizagem no momento atual e no futuro” (GATTI, 2011, p.17).
É sob esta ótica que conseguimos observar a necessidade que os participantes do minicurso oferecido no I Simpósio Virtual de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais manifestaram ao procurar no evento, experiências que suprissem esta carência e pudessem, inclusive - de acordo com os depoimentos dos próprios cursistas - servir de referência e instrumentalização para discussões e aprofundamentos na área de tecnologia associada à música.
Com relação à formação docente inferimos que os alunos cursistas manifestaram desconhecimento de práticas de EaD e, consequentemente, a possibilidade de aprender musica por meio das tecnologias de informação e comunicação. Esta assertiva pode ser comprovada com a solicitação, por intermédio dos cursistas no questionário de avaliação do curso, de aprofundamento, novas ofertas e ampliação da carga horária nas próximas edições do evento.
Dentre os relatos e feedbacks encontramos manifestações positivas de alunos e professores, apontando para a necessidade de que os projetos de educação (re)pensem suas práticas e valorizem a inovação, entendendo a tecnologia como ferramenta facilitadora na construção do conhecimento.
Observamos assim, a necessidade de se ampliar a discussão do uso das tecnologias nas práticas escolares e na formação docente, pois reconhecemos que não há projeto de formação sem que aja transformação e renovação. A nova sociedade da informação surge com novas práticas, nova visão de mundo, novas formas de organização em todas as áreas e negar ao futuro professor formação com o uso das tecnologias é negar uma parte da qualidade necessária ao processo de “renovação permanente que a definem como uma profissão reflexiva e científica” (NÓVOA, 1992, p.21).
CONCLUSÕES
Assim como foi discutido ao longo do presente texto, reconhecer que as instituições de ensino devem pensar a tecnologia como parte integrante dos currículos de cursos que envolvam formação docente é fator fundamental.
Defendemos o pressuposto de que a tecnologia está presente e se faz presente em todas as áreas de nosso cotidiano, portanto, não se trata somente de oferecer a tecnologia, mas sim proporcionar práticas que possibilitem estimular os futuros professores a pensar sobre as utilizações destes recursos contribuindo para a formação de um profissional crítico e atento aos desafios hora apresentados nesta nova construção social e política imposta pelas TIC.
Destaca-se que a formação de professores na contemporaneidade, tem de contribuir para que professores repensem suas práticas pedagógicas, com o intuito de fomentar reflexões contínuas de aperfeiçoamento Foi isso que observamos quanto à percepção dos cursistas em seus relatos. Advertimos que, atualmente, é a que vem contribuir para que possibilidades sejam desenvolvidas, bem como é a EaD que permite a aplicação, na prática, de recursos tecnológicos que possam contribuir com o desenvolvimento e aprendizagem na formação docente.
Enfim, espera-se, a partir do compartilhamento deste breve relato de experiência, contribuir com o debate da formação docente na atualidade, mediante os movimentos de evolução observados em nossa sociedade, especialmente no que tange aos avanços dos recursos tecnológicos disponíveis.
REFERÊNCIAS
CABAU, N. C. F; Costa, M. L. F; Santos, A. R. Fernando de Azevedo e o Plano Nacional de Educação. Anais da XI ANPED Sul. ISBN: 978-85-8465-013-2. Setor de Educação da UFPR, Curitiba – Paraná, 2012. Disponível em: http://www.anpedsul2016.ufpr.br/portal/trabalhos/ acesso em 12 abril 2019.
GATTI, B, A. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília: UNESCO, 2011.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. São Paulo: Atlas, 2012.
NÓVOA, A. coord. Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, pp. 13-33, 1992. ISBN 972-20-1008-5. Disponível em: http://repositorio.ul.pt/handle/10451/4758 identificador: http://hdl.handle.net/10451/4758
acesso em: 12 abril 2019.
TEDESCO, J. C. org. Educação e Novas Tecnologias. Tradução de Cláudia Berliner, Silvana Cobucci Leite – São Paulo: Cortez; Buenos Aires: Instituto Internacional de Planeaimento de la Educacion; Brasilia: UNESCO, 2004
Comissão Organizadora
Érico Ribas Machado
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