INTRODUÇÃO: Todos os anos, nos Estados Unidos, cerca de 13.000 mulheres são diagnosticadas com câncer cervical, e aproximadamente 4.000 morrem devido à doença. Contudo, a maioria dos casos pode ser evitada por meio de vacinação e exames de triagem, uma vez que atualmente se sabe que infecções por papilomavírus humano (HPV) de tipos oncogênicos são responsáveis por quase todos os cânceres cervicais (Eun, et al, 2020). A realização periódica do exame colpocitológico segue sendo o melhor meio de rastreio para o câncer de colo de útero (CCU). A Organização Mundial de Saúde orienta que o preventivo seja realizado a cada três anos para mulheres com idades entre 25 e 64 anos, desde que tenham realizado dois exames consecutivos com resultados negativos em um intervalo de um ano (Marinõ, et al, 2021). Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde em 2019, 6,1% das mulheres de 25 a 64 anos de idade nunca fizeram o exame preventivo (IBGE, 2021). OBJETIVOS: O objetivo deste resumo é encontrar quais são fatores associados a recusa de mulheres em realizar o exame preventivo de papanicolau. METODOLOGIA: Este é um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados sites de busca, como PUBMED e SCIELO, incluindo artigos completos entre 2018 e 2024, através das palavras-chave: saúde da mulher, prevenção, exame Papanicolau e recusa. RESULTADOS: Estudos indicam que diferentes fatores influenciam a decisão das mulheres em realizar o exame de Papanicolau. Algumas mulheres pedem permissão aos parceiros, enquanto outras tomam a decisão de forma autônoma (Goldfrey, et at, 2019). Em certos casos, os parceiros chegam a proibir o exame, o que impede sua realização. Além disso, dificuldades no manejo do tempo, especialmente para equilibrar as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos, são barreiras comuns, especialmente entre aquelas que vivem em áreas rurais (Goldfrey et at, 2019). Outros fatores que contribuem para a não realização do exame incluem a falta de autocuidado, o desconhecimento do histórico familiar de câncer e a percepção de que o exame não é necessário (Arrivillaga et al, 2023). Durante a realização do exame, emoções como medo, ansiedade, constrangimento e intimidação são frequentemente relatadas. Essas sensações são exacerbadas pela falta de explicação clara sobre o procedimento, ambientes físicos inadequados e o uso de materiais médicos de forma brusca ou de tamanho inadequado, como o espéculo (Siseho et al, 2022); em um estudo realizado em Itaporanga (PB) com 30 mulheres, foi relatado que 55% das entrevistadas não realizaram o exame por terem vergonha e 15% por terem medo, com isso a exposição do corpo durante o procedimento do Papanicolau, associada à sensação de vulnerabilidade diante do toque e ao julgamento do corpo por outra pessoa, evoca um sentimento de desconforto e invasão (Silva, et al, 2018). O período de espera pelos resultados também é uma fonte de estresse e ansiedade, já que o diagnóstico pode impactar negativamente a vida sexual e conjugal das mulheres. Além disso, o conhecimento sobre o exame está diretamente relacionado ao nível educacional e à ocupação, evidenciando desigualdades nesse aspecto. CONCLUSÃO: Por fim, as mulheres enfrentam diversas barreiras para realizar o exame de Papanicolau, desde estruturais até emocionais, muitas vezes essas mulheres devido à falta de informação e conhecimento acredita que o exame é desnecessário, ou sentem medo da crença local e de seus conjugues. É importante encontrar métodos educativos e estratégias para que essas mulheres conheçam a importância da prevenção e do autocuidado, de formas que não se sintam ameaçadas e negligenciadas
Anais do PRIMEIRO CONGRESSO BRASILEIRO MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE MENTAL E SUAS TERAPÊUTICAS Terap
Registrado no ISBN 978-65-982433-1-9
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