Introdução:As doenças reumáticas autoimunes, como a artrite reumatoide e o lúpus eritematoso sistêmico, afetam principalmente as articulações, mas também podem comprometer diversos sistemas do corpo, incluindo o sistema nervoso periférico. Nesse contexto, as neuropatias periféricas tornam-se uma das complicações mais comuns, trazendo consigo dor, formigamento, fraqueza muscular e distúrbios sensoriais. Esses distúrbios podem prejudicar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, sendo importante o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para controlar tanto a inflamação subjacente quanto os sintomas neurológicos. Objetivo: Este estudo visa revisar a fisiopatologia, os métodos de diagnóstico e as estratégias terapêuticas das neuropatias periféricas em pacientes com doenças reumáticas autoimunes. Metodologia: A presente revisão de literatura teve como objetivo analisar as terapias farmacológicas utilizadas no tratamento das neuropatias periféricas em doenças reumáticas autoimunes, com foco nas intervenções disponíveis entre 2020 e 2024. As buscas foram realizadas nas bases de dados LILACS, PUBMED, LATINDEX e SCIELO, utilizando os descritores "neuropatia periférica", "doenças reumáticas autoimunes" e "tratamento farmacológico". Foram incluídos artigos completos, gratuitos, publicados em inglês, espanhol ou português, que abordassem tratamentos farmacológicos para neuropatias periféricas em pacientes com doenças reumáticas autoimunes. A estratégia PICO foi: P – indivíduos com neuropatia periférica associada a doenças reumáticas autoimunes, I – tratamentos farmacológicos para neuropatias periféricas, C – indivíduos sem tratamento farmacológico, O – impacto na redução dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida. Foram selecionados estudos que investigaram a eficácia, segurança e efeitos a longo prazo dos medicamentos no manejo das neuropatias periféricas em doenças reumáticas autoimunes. Artigos que não abordavam diretamente as terapias farmacológicas ou que se concentravam em abordagens não farmacológicas foram excluídos. Ao final, 12 artigos foram selecionados para análise detalhada, destacando as evidências científicas sobre os medicamentos mais eficazes no tratamento das neuropatias periféricas e discutindo as estratégias terapêuticas combinadas com outras intervenções, como terapias físicas e psicológicas, para otimizar os resultados clínicos. Resultados: As neuropatias periféricas são manifestações frequentes em pacientes com doenças reumáticas autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, caracterizando-se por uma inflamação crônica das articulações e outros tecidos, acompanhada de autoimunidade que afeta os nervos periféricos. Os sintomas variam de dor lancinante e formigamento a fraqueza muscular distal e perda de sensibilidade tátil. A fisiopatologia envolve danos diretos aos nervos devido à inflamação e processos imunomediados, com autoanticorpos atacando componentes do sistema nervoso periférico. O diagnóstico é feito através de uma abordagem sistemática que inclui história clínica detalhada, exame neurológico completo e testes como eletroneuromiografia e estudos de condução nervosa, sendo essencial distinguir entre neuropatia autoimune e neuropatia causada por medicamentos imunossupressores. O tratamento envolve o controle da inflamação subjacente com agentes imunossupressores, corticosteroides ou terapias biológicas, além de intervenções para aliviar os sintomas, sendo que em casos graves, pode ser necessária descompressão nervosa. As vasculites cerebrais, outra complicação comum, resultam na inflamação dos vasos sanguíneos cerebrais, podendo causar isquemia, hemorragias ou infartos. O manejo dessas condições inclui corticosteroides em altas doses e terapias biológicas. Além disso, manifestações psiquiátricas, como depressão e ansiedade, são frequentemente observadas, afetando a qualidade de vida dos pacientes, sendo tratadas com antidepressivos, ansiolíticos, psicoterapia e intervenções psicossociais. A terapêutica multidisciplinar, com o uso de biomarcadores e novas terapias biológicas, tem sido fundamental para otimizar os resultados clínicos e reduzir a carga das doenças reumáticas autoimunes. Considerações finais: As neuropatias periféricas representam uma complicação significativa das doenças reumáticas autoimunes, com impacto direto na funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes. A abordagem terapêutica deve ser personalizada, levando em consideração o controle da inflamação subjacente e o alívio dos sintomas neurológicos. O tratamento precoce e adequado, associado a uma equipe multidisciplinar, pode melhorar significativamente o prognóstico e permitir aos pacientes uma vida mais saudável e ativa, enquanto novas terapias continuam a emergir como promissoras no manejo dessas condições complexas.
Anais do PRIMEIRO CONGRESSO BRASILEIRO MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE MENTAL E SUAS TERAPÊUTICAS Terap
Registrado no ISBN 978-65-982433-1-9
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