RESUMO: O presente trabalho consiste em apresentar uma parte integrante da pesquisa em andamento de mestrado sobre a temática envolvendo agressividade e preconceito como as bases da toxicidade nos jogos eletrônicos. Além disso, busca-se encontrar suas raízes na agressividade destrutiva (Fromm, 1975) e no preconceito (Adorno, 2019) que são encorajadas por uma sociedade marcada historicamente pelo colonialismo, pela exploração capitalista e pelas ideologias difundidas nos meios de comunicação e nos conteúdos da cultura digital. A pesquisa de cunho exploratório, com método qualitativo com base em uma entrevista em profundidade com roteiro alicerçado com questões fundamentadas em extrair opiniões de suas experiências, interação comunicativa e valores de jogadores e jogadoras de jogos eletrônicos de tiro em primeira pessoa, em especial Counter-Strike 2 (Valve Corporations, 2023). Assim, partimos do seguinte problema de pesquisa: Qual é o papel da ideologia presente nos jogos eletrônicos na formação da toxicidade entre jogadores? De que maneira o processo de formação do sujeito/jogador influencia seus comportamentos tóxicos em ambientes virtuais? Em que medida a agressividade destrutiva e o preconceito compõem as manifestações de toxicidade entre jogadores? Dessa maneira, diante do contexto histórico de ascensão do conservadorismo político e econômico em diversas partes do mundo, em especial a realidade brasileira recente, o estudo fundamentado na personalidade autoritária é basilar para identificar essas características e estruturas que se manifestam na personalidade dos jogadores como comportamentos antidemocráticos e atitudes e opiniões que rejeitam a inclusão e a diversidade. Em síntese, os jogos eletrônicos de “tiro em primeira pessoa” são representados por seu teor ideológico e como ferramenta política da indústria cultural, formadora de opiniões, atitudes e valores autoritários.
ISSN: 2965-4130
Comissão Organizadora
Victor Barros
Francisco Carlos Paletta
Comissão Científica
Armando Malheiro da Silva, Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Audilio Gonzales Aguilar, Université Paul-Valéry Montpellier III
Francisco Carlos Paletta, Universidade de São Paulo
José Antonio Moreiro, Universidade Carlos III de Madrid
Victor Barros, Universidade do Minho