Introdução: A crescente integração da Inteligência Artificial (IA) na educação em saúde representa uma inovação, ampliando as possibilidades de personalização do ensino, oferta de feedback imediato e criação de simulações clínicas. No entanto, esse potencial é acompanhado de desafios significativos, como a possível perda de habilidades humanas essenciais e o risco de disseminação de desinformação. Objetivos: Este artigo analisa a integração da Inteligência Artificial (IA), com ênfase no ChatGPT, na educação em saúde contemporânea, destacando seus benefícios, desafios e implicações éticas. Métodos: Realizou-se uma revisão da literatura, selecionando 37 artigos publicados entre 2020 e 2025. As bases de dados LILACS e PubMed foram utilizadas, empregando descritores como "Inteligência Artificial", "Educação em saúde" e "ChatGPT". Os artigos incluídos foram de texto completo e acesso livre, e os dados foram extraídos e categorizados em eixos temáticos como aplicações pedagógicas, benefícios, desafios e recomendações éticas. Resultados: A IA oferece oportunidades significativas para a educação em saúde, incluindo personalização do ensino, feedback imediato e simulações clínicas, o que contribui para a eficácia do aprendizado e a equidade no acesso à educação. Exemplos práticos incluem o chatbot SnehAI para educação sexual e reprodutiva e o uso de IA generativa para modelos anatômicos interativos. Contudo, desafios como vieses algorítmicos, preocupações com a privacidade de dados e a potencial perda de habilidades humanas essenciais, como empatia e pensamento crítico, foram identificados. A disseminação de desinformação e a confiabilidade das informações geradas por IA também se destacam como preocupações. Conclusões: A implementação da IA na educação em saúde exige diretrizes éticas e pedagógicas robustas, além da capacitação docente, para garantir que essas tecnologias complementem, e não substituam, as práticas tradicionais. É fundamental equilibrar a inovação tecnológica com a manutenção dos valores fundamentais da medicina, reforçando a importância de um diálogo interdisciplinar e de políticas públicas alinhadas aos avanços tecnológicos. A curadoria digital é um pilar central para garantir a confiabilidade e contextualização do conhecimento mediado pela IA, mitigando vieses e protegendo a privacidade dos dados.
ISSN: 2965-4130
Comissão Organizadora
Victor Barros
Francisco Carlos Paletta
Comissão Científica
Armando Malheiro da Silva, Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Audilio Gonzales Aguilar, Université Paul-Valéry Montpellier III
Francisco Carlos Paletta, Universidade de São Paulo
José Antonio Moreiro, Universidade Carlos III de Madrid
Victor Barros, Universidade do Minho