Introdução: A hemorragia pós-parto é uma emergência obstétrica comum, responsável pela principal causa de mortalidade materna no mundo. Esse quadro clínico corresponde à perda sanguínea de 500 ml em parto vaginal e 1000 ml em uma cesariana, levando a paciente a ter sintomas que resultam em sinais de hipovolemia durante as primeiras 24 horas pós-parto. A causa mais comum é a atonia uterina que ocorre em 80% dos casos. Também é associado a fatores de risco, tais como anemia e síndromes hipertensivas. Assim sendo uma das maiores causas de mortalidade materna de mulheres no Brasil e a melhor medida de prevenção de hemorragias pós-parto ocorre por meio de uma assistência ao parto adequada e eficaz. Objetivos: Descrever o perfil regional da mortalidade em gestantes com hemorragia pós-parto nos últimos 06 anos no Brasil. Métodos: Estudo descritivo realizado mediante coleta de dados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no ano de 2023. Foram analisadas as taxas de mortalidade em grávidas com hemorragia pós-parto utilizando o CID-10 no período de 2017 a 2022 nas regiões brasileiras. Resultados: O ano com a maior taxa de mortalidade é 2017 (1,18) e a maior taxa por região ao longo do tempo se dá pelo Centro-Oeste (1,45). A representação dos índices por anos: 2017 - 1,18, 2018 - 1,12, 2021 - 1,05, 2020 - 0,98, 2019 - 0,85 e 2022 - 0,80. A representação por regiões: Centro-Oeste - 1,45, Sudeste - 1,08, Sul - 1,05, Norte - 0,79 e Nordeste - 0,75. A maior proporção, coincidentemente, entre todas as regiões e durante o período analisado é de 3,84 em 2017 na Região Centro-Oeste. Conclusão: Com base nos resultados apresentados, é evidente que a hemorragia pós-parto continua sendo uma preocupação significativa em relação à mortalidade materna no Brasil. O estudo mostrou que a taxa de mortalidade por hemorragia pós-parto variou ao longo dos anos, atingindo seu pico em 2017 e diminuindo gradualmente nos anos subsequentes. Além disso, foi observado que a Região Centro-Oeste apresentou consistentemente maior taxa de mortalidade em comparação com outras regiões do país. Esses resultados destacam a importância de medidas de prevenção e intervenção em relação à hemorragia pós-parto, especialmente nas regiões com taxas mais altas. O acesso a uma assistência ao parto adequada e o gerenciamento eficiente da hemorragia pós-parto são cruciais para reduzir a mortalidade materna nesse contexto. A análise desses dados fornece informações valiosas para os profissionais de saúde e os formuladores de políticas públicas, a fim de direcionar recursos e estratégias de saúde materna e melhorar a segurança das gestantes durante o período pós-parto.
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