Introdução: As doenças cardiovasculares, especialmente as cardiopatias isquêmicas, são uma das principais causas de morte no Brasil e globalmente. O desconhecimento dos sintomas e do ritmo da parada cardiorrespiratória (PCR) pode resultar em uma baixa taxa de sobrevida, por isso a importância dos primeiros socorros imediatos em casos de PCR (SALIM et al., 2023). Apesar dos avanços, no Brasil, a PCR ainda persiste como uma questão de saúde pública com cerca de 200.000 casos anuais (BRANDÃO et al., 2020; GONZALEZ et al., 2013). A rapidez na realização de manobras de RCP é fundamental para a sobrevivência, sendo o cidadão comum muitas vezes o primeiro a testemunhar a emergência (BRANDÃO et al., 2020). Sua habilidade de avaliar e iniciar imediatamente as manobras é vital e isso aumenta as chances de sobrevivência em casos de morte súbita cardíaca. A capacitação da população leiga em RCP básica é essencial para elevar as taxas de sobrevivência (BRANDÃO et al., 2020; LAVONAS et al., 2020). Objetivos: Identificar o conhecimento dos estudantes de medicina do primeiro período sobre o Suporte Básico de Vida e comparar os resultados antes e após a realização do VII Curso Introdutório de RCP e Desengasgo. Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza aplicada, descritivo e exploratório realizado com 49 estudantes do primeiro período de Medicina em uma universidade privada, em Recife-PE, em 21 de agosto de 2023, integrado ao projeto de extensão Reanimação Uninassau. Todos os alunos responderam a um questionário, com opções "sim" ou "não", acerca da habilidade de realizar massagem cardíaca antes e após o curso. Os resultados foram categorizados em quatro grupos: aqueles que já sabiam fazer massagem cardíaca antes do curso; os que não sabiam antes do curso; os que aprenderam durante o curso; e os que não aprenderam. A aplicação dos questionários foi formalizada pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e os dados coletados foram tabulados no Microsoft Excel, organizados conforme as variáveis mencionadas. O estudo proporcionou entender mais sobre o impacto do curso prático de RCP na aquisição de habilidades pelos estudantes de Medicina. Resultados: O questionário dispunha de 14 perguntas na qual foi selecionada apenas uma: você sabe fazer massagem cardíaca?. Antes da capacitação, apenas 10 alunos responderam que sabiam realizar as manobras de reanimação (20,4%) e 39 alunos responderam que não sabiam (79,59%). Após a realização do VII Curso Introdutório de RCP e Desengasgo, os 49 alunos (100%), responderam que sabiam realizar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Conclusão: Compreender que uma PCR pode se dar em diversos momentos, lugares e situações é um importante motivo para atentar-se à imensa necessidade de saber reconhecer e executar uma boa RCP, ainda que extra-hospitalar e desenvolvida por uma pessoa que não pertence à área da saúde. É através da capacitação contínua e abrangente que é possível promover maior chance de sobrevida aos futuros doentes em PCR, compreendendo os diversos cenários aos quais esses doentes podem estar inseridos e quais as devidas decisões podem ser tomadas até a chegada de um socorro especializado e posterior transferência para um centro hospitalar. Desse modo, propagar o conhecimento sobre essa técnica de forma incessante e rotineira, seja em grupos de pessoas específicas, seja dentro da própria família, na própria sala de aula ou em qualquer outro ambiente, é fundamental para que venha-se a desenvolver mais chances de sobrevida ao possível doente.
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