Introdução: A infecção por HIV representa uma epidemia de múltiplas dimensões, sujeita a transformações epidemiológicas significativas. A mudança do perfil epidemiológico do HIV no Brasil deve-se à difusão geográfica da doença a partir dos grandes centros urbanos em direção aos municípios de pequeno e de médio porte, ao aumento da transmissão por via heterossexual e ao persistente crescimento dos casos de usuário de drogas injetáveis. Entretanto, o acesso universal à terapia antirretroviral (TARV) resultou em uma redução significativa nas taxas de morbidade e de mortalidade por HIV/AIDS. O aumento da sobrevida e da qualidade de vida dos indivíduos que convivem com HIV/AIDS deve-se a medidas preventivas mediante estudo do perfil populacional regional. Portanto, é de extrema importância a análise epidemiológica referente aos números de casos notificados por HIV no Brasil a fim de identificar a população de maior necessidade de foco terapêutico e intervenções sociais em saúde pública.
Objetivo: Esse estudo visa descrever o perfil epidemiológico dos casos de HIV no Brasil.
Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, realizado por meio do Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net. A pesquisa foi realizada em agosto de 2023 através do levantamento de dados disponibilizados pelo DataSUS de 2018 a 2022 em todas as regiões brasileiras a variável coletada foram as notificados por HIV (CID B24). Analisou-se a epidemiologia das regiões segundo as seguintes variáveis: região, sexo, faixa etária e raça. Por fim, foi realizada análise estatística descritiva.
Resultados: Foi possível constatar um total de 158.250 casos de HIV. Desses, 29.892 na região sudeste, 8.986 na região norte, 19.812 na região nordeste e 16.772 na região sul. Tanto nos casos totais, como por região, é notável a redução de notificações no ano de 2020. Os casos totais antes de 2020, foram 38.627 em 2018 e 38.327 em 2019, enquanto em 2020, apenas 30.638. A faixa etária dos 30-39 anos obteve a maior prevalência em todos os anos analisados, correspondendo a 29% do total (40. 911 casos). Além disso, as faixas dos 20-29 e dos 40-49 obtiveram respectivamente 40.911 casos e 35.196, aproximando-se da faixa etária com maior prevalência. O sexo masculino expressa 70% (111.799) dos casos confirmados, em contrapartida com 46.414 no sexo feminino. A raça branca teve o maior número de confirmações, sendo responsável por 29.267 do total de notificações, casos em que a raça foi ignorada somam 81.010.
Considerações Finais: Os resultados obtidos indicam uma discrepância de casos notificados em 2020 e nos dois anos anteriores, essa discrepância expressiva suscita uma investigação mais rigorosa, para o melhor entendimento dos fatores que levaram a essa redução e para o entendimento do impacto que esse fato tenha gerado na saúde pública. Pode-se perceber que o maior número de indivíduos infectados se encontra na faixa etária de 20-49 anos, o que suscita uma maior atenção na elaboração de medidas de saúde pública para atender as demandas desses cidadãos. Em comparação com as mulheres, os homens se mostraram muito mais suscetíveis, representando 70% do total de infectados, esse dado demonstra a urgência de medidas visando a educação em saúde para essa população, com vistas a melhorar esse índice nos próximos anos.
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