Introdução: Quais são os rumos da Educação Superior no Brasil, sobretudo em relação à formação acadêmica. De que forma sua orientação se articula com a integração de práticas e a articulação de saberes? Quando refletimos sobre a formação acadêmica, é preciso indagar sobre a atuação profissional, considerando as demandas sociais e os fatores culturais, econômicos e políticos (STALLIVIERI, 2006). Objetivo: O objetivo deste trabalho é fazer uma análise da relação entre as orientações contidas na diretrizes curriculares para a educação superior no Brasil, mais especificamente para o curso de Bacharelado em Psicologia, e o contexto social na contemporaneidade. Método: Para tanto, parte-se do parecer 766/97 do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2019), que traz orientações gerais acerca das diretrizes curriculares para os cursos de graduação. Apropria-se também, para a análise, da Resolução nº 5, de 15 de março de 2011, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais - DCNs para os cursos de graduação em Psicologia, estabelecendo normas para o projeto pedagógico complementar para a formação de professores. Resultados: Como resultados, identifica-se que a educação superior no Brasil busca incentivar uma formação generalista sólida, estimulando práticas de estudo independente e encorajando os conhecimentos relacionados às habilidades e competências adquiridas fora do ambiente acadêmico. Com isso, as práticas pedagógicas visam a fortalecer a articulação da teoria com a prática, valorizando a pesquisa individual e coletiva, assim como os estágios e a participação em atividades de extensão. Em relação às competências e habilidades, as diretrizes curriculares para o curso de graduação em Psicologia apontam para uma formação que busca a atenção à saúde com base no pensamento crítico, considerando os problemas que tocam concretamente a realidade social, direcionando a tomada de decisões a partir de uma visão científica interdisciplinar. Além disso, a formação deve se orientar para uma atuação profissional em que a liderança se expressa com base em valores como compromisso, responsabilidade e empatia. Para Paula Sibilia (2012), autora do ensaio Redes ou Paredes, a escola em tempos de dispersão, não basta ter conhecimento técnico. É preciso solucionar problemas, ser proativo, ser líder. Mais do que comunicativo e acessível, é preciso se apropriar da comunicação com senso crítico e postura ética na solução das demandas, com responsabilidade social e priorizando a coletividade. Conclusão: Conclui-se com o exposto que a proposta de formação em Psicologia, norteada pelas DCNs para o curso de Psicologia no Brasil, se articula diretamente com as demandas sociais, considerando que a educação vive um contexto de profundas transformações (KRAWCZYK, 2015), relacionadas à expansão e democratização do ensino superior, ao longo e gradativo processo de privatização, à incidência das novas tecnologias no ensino e aprendizagem, à inovação educacional e à forte tendência do ensino à distância, bem como às mudanças no mercado de trabalho e do perfil profissional.
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Prof. Dra. Maria Sinara Farias