Introdução: Travestis e transexuais são grupos de pessoas vistas pela maioria da sociedade sobre o olhar estigmatizado e preconceituoso, esse olhar priva essas pessoas de direitos como educação, com taxa de evasão escolar a 82%, além disso, o Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis no mundo. No âmbito da saúde, corpos trans geralmente são associados apenas a campanhas de prevenção, diagnóstico e tratamento de infecções sexuais, deixando a desejar a prática da integralidade, que é um dos princípios doutrinários do sistema único de saúde. Objetivos: Identificar, conforme a literatura, a dificuldade do acesso de transexuais e travestis a saúde, ou seja, o grau de facilidade e/ou dificuldade com que essas pessoas obtêm cuidados em saúde. Métodos: O estudo trata-se de uma revisão narrativa. A busca foi feita na base de dados scholar google, utilizando as seguintes palavras chaves: “saúde”, “transexuais” e “travestis”. Foram selecionados dois artigos para desenvolver a revisão. Resultados: Com base na leitura e analise dos artigos selecionados é possível observar que as pessoas trans se deparam com diversos fatores que determinam o nível acesso ao cuidado em saúde, dos quais destacam-se os seguintes: O fator político, pode ser considerado um dos que mais tem avançado, tanto no âmbito nacional, como nível estadual e municipal com a criação de políticas públicas que tomem como base a equidade voltada as pessoas trans, o que possibilita uma maior oportunidade de acesso a saúde. Quando se olha para o fator econômico-social, é possível observar que os recursos voltados a saúde da população trans geralmente estão empregados em hospitais de grandes cidades, reforçando a necessidade de uma descentralização desses serviços. O fator técnico é um dos fatores que mais influência na qualidade e no acesso a saúde de transexuais e travestis. Esse fator envolve competências como acolhimento, integralidade do cuidado, competências essas que são decisivas para uma boa experiencia no atendimento em saúde, e o público trans, na maioria das vezes não são atendidos com essas competências, seja pela falta de um acolhimento de qualidade, tendo seus nomes sociais ignorados e pronomes de tratamento não colocados de forma correta, ou até mesmo uma assistência não qualificada em relação as particularidades dos seus corpos, que se distanciam da cisnormatividade. O fator simbólico, que versa sobre crenças e cultura, também é determinante para o acesso desse público a saúde, e esse fator se mostra fragilizado desde a dicotomia do cuidado presente em ações do governo como saúde da mulher e saúde do homem, o que não permite a introdução de pessoas que não se encaixam dentro dessas “caixas”. Conclusão: Conclui-se que é necessário ações de reeducação dos profissionais que atuam no sistema de saúde, com introdução da temática trans dentro da formação desses profissionais ou educação permanente. Dessa forma, será possível que transexuais e travestis tenham um acesso mais humano, integral, respeitoso.
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Prof. Dra. Maria Sinara Farias