Introdução: Apesar das diversas demandas de crises humanitárias ao redor do mundo, existe uma aparente seletividade dos esforços solidários por parte dos estados, instituições internacionais e da mídia ocidental, que dedicam esforços de divulgação e auxílios para grupos seletivos, guiados por vezes por valores xenofóbicos e raciais. Tais fenômenos sociais, podem ser observados nos conflitos que estão ocorrendo na Ucrânia. Objetivo: Tecer uma análise crítica acerca da seletividade da assistência humanitária na comunidade internacional ocidental. Método: Pesquisa qualitativa, de caráter documental, mediante a uma breve revisão bibliográfica em portais de notícias on-line, como UOL notícias, CNN Portugal e Estado de Minas, para aquisição de dados relacionados ao recorte sócio-histórico em questão, buscando compreender estes processos psicossociais através da perspectiva de Rodrigues (2009).Resultados: Ao analisar os artigos jornalísticos, foi possível realizar um rastreamento do que aqui nomeamos “empatia seletiva”, como falas de cunho xenofóbico e racial por parte de jornalistas europeus e uma diferença significativa nos números dos repasses de doações a Ucrânia em detrimento de outros países fora do continente europeu. Segundo RODRIGUES (2009), é a similaridade, ou seja, o vínculo de semelhança entre os indivíduos que motiva um movimento afetivo de pertencimento, que cria um estímulo para ajudar este que lhe parece similar. Outro aspecto é a hipótese do mundo justo, que consiste em atribuir responsabilidade do indivíduo sobre a dificuldade que se encontra, o que pode inibir o movimento de ajuda para outros países que são etnicamente diferentes, uma faceta do fenômeno da desigualdade social, numa sociedade onde ajudar alguém pode ser um investimento para o futuro. Conclusão: Neste trabalho abordamos o assunto sobre a solidariedade seletiva e as crises humanitárias, diante de preconceitos xenófobos e rácicos. Ao correlacionar estes dois conceitos, é possível compreender que seria aceitável concentrar esforços naqueles que se assemelham, e que seria natural responsabilizar o diferente por sua situação de vulnerabilidade.
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Prof. Dra. Maria Sinara Farias