Resumo
Introdução: O excesso de peso é visto como uma relevante questão de saúde pública, sendo causado, principalmente, pelo desequilíbrio entre o consumo e o gasto energético. Constitui-se como um importante fator de risco ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), por exemplo, enfermidades do coração, cânceres e diabetes mellitus, entre outros. As causas para o ganho excessivo de peso são multifatoriais, incluindo alimentação inadequada, aumento de consumo de alimentos processados, gasto energético diminuído, além de fatores genéticos, metabólicos, endócrinos, psicológicos, sociais e culturais. Em 2016, existiam mais indivíduos com peso elevado que abaixo do peso, resultado observado em quase todos os continentes. No Brasil, em 2021, 57,2% dos adultos estavam com o peso acima do ideal e 22,4% se encontravam obesos. Objetivo: Analisar a prevalência de excesso de peso da população adulta residente nas capitais do Nordeste brasileiro nos anos de 2011 e 2021. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado a partir de dados do inquérito Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) para os anos de 2011 e 2021. Foram extraídas informações quanto às taxas de prevalência de excesso de peso (IMC?25kg/m2) em adultos maiores de 18 anos, em ambos os sexos, residentes nas capitais do Nordeste brasileiro. Os dados coletados foram organizados em planilha do Excel e analisados por meio da comparação de valores das taxas de prevalência de excesso de peso nos dois anos incluídos no estudo. Resultados: Todas as capitais do Nordeste apresentaram aumento nas taxas de prevalência de excesso de peso corporal entre adultos no período analisado, sendo Aracaju a capital com maior incremento, tanto total (44,5% para 57,3%), quanto entre homens (47,6% para 60,9%) e mulheres (41,6% para 54,4%). As capitais que apresentaram menores aumentos foram Maceió (passando de 53,1% para 58,1%, prevalência total), Fortaleza (passando de 58,3% para 61,2%, entre homens) e São Luís (passando de 41,0% para 47,5% entre mulheres). Em relação ao ano 2021, as capitais com maior frequência de excesso de peso entre homens foram João pessoa (66,5%) e Fortaleza (61,2), e entre mulheres, Fortaleza (57,5%), Natal (57,5%) e Maceió (57,2%). Enquanto que menores taxas de prevalência entre homens foram observadas em Salvador (50,8%) e São Luís (51,4%), e entre mulheres, Teresina (46,4%) e São Luís (47,5%). Conclusão: Conclui-se que na última década, houve um aumento significativo de pessoas com excesso de peso nas capitais do Nordeste. Um fato bem preocupante, pois isso reflete diretamente no padrão de consumo alimentar e de práticas de atividades físicas, aumentando assim, o risco para a obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. Os desafios para enfrentar o excesso de peso e obesidade vão além do setor de saúde, por isso, motivar por meio de políticas públicas, ações que estimulem um estilo de vida saudável é essencial para o controle do crescimento dessa condição no País.
Realização: Coordenação de Pesquisa da Faculdade Uninta Itapipoca
Apoio: Direção da Faculdade Uninta Itapipoca
Comissão Organizadora:
Prof. Dra. Maria Sinara Farias