EFEITOS DA AULA ONLINE NO CONTEXTO DE PANDEMIA

EFEITOS DA AULA ONLINE NO CONTEXTO DE PANDEMIA

• Autor
• Jonathas Pereira Alves, Giulian Silva Vieira de Jesus
• Resumo

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  EFEITOS DA AULA ONLINE NO CONTEXTO DE PANDEMIA

   

  ALVEZ, Jonathas Pereira

  Discente do Curso de Graduação de Bacharelado em Direito pela Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC-Campus Bom Jesus);

   

  JESUS, Giulian Silva Vieira de

  Discente do Curso de Graduação de Bacharelado em Direito pela Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC-Campus Bom Jesus);

   

  FERREIRA, Oswaldo Moreira

  Mestre em Cognição e Linguagem na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro UENF;

  oswaldomf@gmail.com.

   

  CAPUA, Valdeci Ataíde

  Mestre em Relações Privadas e Constituição pela Faculdade de Direito de Goytacazes.

  valdeci_adv@hotmail.com

   

  MELO, Márcio Caldas Dias

  Pós-Graduado pela Faculdade Candido Mendes.

  professormcaldas@gmail.com;

   

  INTRODUÇÃO

   

  Em diversas partes do mundo vários estudantes estão temporariamente fora das escolas e das universidades, e esse cenário acontece devido à pandemia decorrente do novo Coronavírus, também reconhecido pela nomenclatura Covid-19. Devido a esse contexto de pandemia, várias atividades precisaram ser ressignificadas, o que envolve nesse caso a área da educação, a qual buscou através de recursos tecnológicos um meio de continuar levando ensinamentos, conhecimentos e aprendizagens para seus alunos, inspirados assim na modalidade de Educação a Distância (EAD).

  Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo descrever os efeitos trazidos pelas aulas remotas em período de pandemia do Covid-19. Ainda nesse sentido, a presente pesquisa busca retratar quais os efeitos provocados por essa modalidade, a qual envolve as aulas online.

  Sendo assim, ainda nesse contexto, é possível observar que a pandemia gerou impactos globais na educação, tanto para os estudantes, quanto para as instituições de ensino, as quais precisaram adotar por um tempo medidas rígidas – como as férias e a suspensão temporária das aulas. Desse modo, depois de algum tempo, novas medidas precisaram ser tomadas, aliando a tecnologia ao novo cenário, fazendo com que o ensino a distância, proporcionado através das aulas online se tornassem novos aliados para dar continuidade e prosseguimento ao ano letivo.

   

   

  MATERIAL E MÉTODOS

   

  No que se refere ao presente trabalho, a presente pesquisa de natureza qualitativa, através de revisão de literatura, buscou abordar temas referentes ao novo cenário vivenciado, que engloba o período de pandemia decorrente do Covid-19. Para tanto, a fim de um melhor entendimento do tema, que diz respeito aos efeitos das aulas online no contexto de pandemia, foram realizadas pesquisas em sites disponibilizados na internet, os quais contam com diversos artigos e matérias de inúmeros autores que acabam por contribuir para a construção desse trabalho. Desse modo, por meio dessas pesquisas, destacam-se autores como Pasini, Carvalho e Almeida (2020).

   

   

  DESENVOLVIMENTO

   

              A pandemia causada pela Covid-19 vem trazendo inúmeros desafios para diversos setores da sociedade, não somente no Brasil, mas no mundo. Por isso, a fim de reduzir a disseminação do novo coronavírus, algumas medidas foram tomadas, sendo a principal delas o distanciamento social – e ainda não se sabe até quando essas medidas serão necessárias.

              No que se refere a área da educação, as medidas preventivas ao coronavírus resultaram no fechamento de escolas e universidades, tendo assim a interrupção das aulas presenciais. Com o fechamento das instituições, tornou-se importante adotar novas medidas para a continuidade do ano letivo. Desse modo, passou-se a ter a integração com as ferramentas tecnológicas do mundo moderno, adotando as aulas remotas através dos ambientes virtuais de aprendizagem.

   

  O tempo de pandemia pelo Coronavírus (COVID-19) trouxe uma ressignificação para a educação, nunca imaginada. A dor causada pela perda de pessoas, o afastamento, o isolamento social, causaram uma desestruturação no sistema regular e presencial de ensino. A crise sanitária está trazendo uma revolução pedagógica para o ensino presencial, a mais forte desde o surgimento da tecnologia contemporânea de informação e de comunicação. (PASINI; CARVALHO; ALMEIDA, 2020, s. p.).

   

              Nesse contexto, de acordo com Pasini, Carvalho e Almeida (2020), a história da educação a distância no Brasil começou em 1904, passando por muitas evoluções. Ainda de acordo com os autores, o ensino à distância surgiu oficialmente por meio do Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005, sendo revogado posteriormente. Conforme afirmam os autores, a atualização do mesmo ocorreu pelo surgimento do Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, o qual é vigente até os dias atuais, definindo no seu primeiro artigo que:

   

  Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 2017).

   

              Desse modo, mesmo a educação a distância não sendo um assunto tão recente, a mesma encontra-se em momento de destaque, visto as necessidades atuais em que o mundo se encontra. Por isso, é importante destacar que, mesmo acontecendo ao longo dos anos, o ensino remoto ainda é um grande desafio para os docentes e para os discentes, que necessitam descobrir e aplicar estratégias de ensino que sejam diversificadas, ultrapassando muitas vezes as ementas e os conteúdos programáticos das instituições, buscando metodologias que atendam a diversidade de seus alunos.

   

   

  RESULTADOS E DISCUSSÃO

   

  A pandemia causada pela Covid-19, representa enormes desafios para o setor educacional do Brasil e do mundo. Circunstâncias sem precedentes exigem que políticos e gestores respondam de forma rápida, com objetivo de mitigar os impactos na educação. A grande maioria dos países optaram por fechar temporariamente as escolas públicas e privadas, globalmente, mais de 90% dos alunos não estão tendo aula presencialmente, não é diferente no Brasil, em que a suspensão presencial das atividades acadêmicas ocorre em todos os Estados (CONSED, 2020).

  No Brasil, o Governo Federal emitiu a Medida Provisória nº 934 em 1º de abril de 2020. A medida estabelece regras especiais para os anos letivos do ensino fundamental e superior, devido às medidas tomadas para atender às emergências de saúde pública no Brasil. personalizado. Envolvendo a Lei nº 13.979 de 6 de fevereiro de 2020 (BRASIL, 2020).

   

  Art. 1º O estabelecimento de ensino de educação básica fica dispensado, em caráter excepcional, da obrigatoriedade de observância ao mínimo de dias de efetivo trabalho escolar, nos termos do disposto no inciso I do caput e no § 1º do art. 24 e no inciso II do caput do art. 31 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, desde que cumprida a carga horária mínima anual estabelecida nos referidos dispositivos, observadas as normas a serem editadas pelos respectivos sistemas de ensino.

  Parágrafo único. A dispensa de que trata o caput se aplicará para o ano letivo afetado pelas medidas para enfrentamento da situação de emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 (BRASIL, 2020).

   

  A forma encontrada pelos gestores educacionais, foi a conversão do modo de ensino para a modalidade à distância, assim, reduzindo o impacto da distância social na aprendizagem dos alunos. Outro ponto central de grande significado no Brasil, é preciso resolver o problema da merenda escolar para poder garantir que crianças e jovens não sejam privados de nutrição adequada em razão de não frequentar as aulas, ou seja, a desigualdade social é muito grande (OLIVEIRA, 2020).

   

  Tudo isso, a desigualdade é muito forte. Desigualdade de recursos, de condições para estudar, de tempo, dedicação. Tudo isso, é claro, afeta a educação. Mas esse elemento foi muito destacado, porque alguns imaginaram que a tecnologia digital poderia salvar, digamos assim, a educação em um momento de pandemia. As pessoas poderiam continuar as suas atividades no momento de pandemia, o que é evidentemente falso (OLIVEIRA, 2020).

   

  Um estudo sobre a influência psicológica do período de isolamento durante a epidemia, saliente que a pressão do distanciamento social é considerável e pode gerar um impacto emocional nos profissionais e estudantes da educação. O impacto está associado com isolamento de longo prazo, medo de infecção, incerteza sobre os recursos financeiros, falta de informações suficientes ou mesmo coexistência de longo prazo em um ambiente familiar tóxico, às vezes até violência e abuso (LIMA, 2020).

  Percebe-se que devido ao distanciamento social ocasionado pela covid-19, os mecanismos tecnológicos se mostram eficazes, no meio da educação, por exemplo, é permitida a continuidade do período letivo, em tese, sem prejuízo ao discente.  De acordo com Ricardo Antunes:

   

  Não faltam evidências, então, sobre a direção que o capital e seus gestores vêm indicando, inclusive nos setores em que o trabalho digital, on-line, se desenvolve. Algumas práticas se converteram em verdadeiros laboratórios de experimentação, de que são exemplo o home office, o teletrabalho e, no universo educacional, o EAD (Ensino à Distância) (ANTUNES, 2020, p. 19).

   

  Além de realizar ações intersetoriais, será necessário estudo aprofundado por parte dos órgãos de educação para voltar às aulas presenciais. Tais entidades terão que tomar uma série de medidas em diversos aspectos, essas iniciativas devem procurar garantir que seja preservada a saúde de toda a comunidade escolar e, enfrentar as consequências no modo de aprendizagem dos alunos e da trajetória escolar (LIMA, 2020).

   

   

   

   

   

   

   

  Figura: Os efeitos de Desastres Naturais, Pandemias e Férias nas taxas de evasão escolar.

   

  Fonte: Instituto Sonho Grande, 2020.

   

  Na experiência da distância social, o número de crianças e jovens trabalhadores aumentou, também, ocorreu aumento nos casos de violência doméstica e gravidez na adolescência, e fuga. Além disso, o índice de evasão escolar também é diretamente afetado pelos seguintes fatores: A crise econômica, acompanhada pelo aumento do desemprego (OLIVEIRA, 2020).

   

   

  CONCLUSÃO

   

  A partir do presente trabalho, buscou-se analisar os graves efeitos que a pandemia global vem causando no meio educacional. Em que pese as medidas tomadas pelas autoridades da educação estarem seguindo recomendações dos órgãos de saúde, é evidente que as desigualdades sociais enfrentadas pela população brasileira, reduzem o acesso ao ensino. Desse modo, as aulas realizadas virtualmente, acaba sendo um benefício para alguns e a tristeza daqueles que não possuem tal acesso à internet.

  Diante disto, importante salientar que com o advento da pandemia de proporções mundiais, muitos reflexos serão vistos e sentidos ao longo dos anos. Em especial a ruptura com o sistema tradicional educacional, pois a aludida pandemia trouxe reflexos imediatos no que tange a novel metodologia educacional, abarcando não só o discentes, mas principalmente aos docentes no que tange a forma de interação e remodelagem da forma como ministrar aulas em EAD, onde podemos citar o instituto da homescooling que o STF recentemente discutiu e pautou sua tese jurisprudencial.

   

  REFERÊNCIAS

   

  ANTUNES, Ricardo. Coronavírus o trabalho sob fogo cruzado. 1ª ed. São Paulo. Boitempo, 2020. 

   

  BRASIL. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 934, DE 1º DE ABRIL DE 2020. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-934-de-1-de-abril-de-2020-250710591>. Acesso em: 20 set. 2020.

   

  BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm>. Acesso em: 17 set. 2020.

   

  CONSED (2020). Monitoramento da suspensão de aulas. Disponível em: <consed.info>. Acesso em: 20 set. 2020.

   

  INSTITUTO SONHO GRANDE (2020). Evasão: análise pós Covid-19.

   

  LIMA, Rossano Cabral. Distanciamento e isolamento sociais pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental.Disponível em:<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312020000200313>. Acesso em 18 set. 2020.

   

  OLIVEIRA, Caroline.  Com aulas remotas, pandemia escancara desigualdade no acesso à educação de qualidade. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2020/06/04/com-aulas-remotas-pandemia-escancara-desigualdade-no-acesso-a-educacao-de-qualidade>. Acesso em 20 set. 2020.

   

  PASINI, Carlos Giovani Delevati; CARVALHO, Élvio de; ALMEIDA, Lucy Hellen Coutinho. A educação híbrida em tempos de pandemia: algumas considerações. 2020. Disponível em: <https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/820/2020/06/Textos-para-Discussao-09-Educacao-Hibrida-em-Tempos-de-Pandemia.pdf>. Acesso em: 17 set. 2020.

   

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